sábado, 27 de setembro de 2008

Movimentos

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Seja este ou outro mais sobejamente delicado
Petrifico por entre a multidão.
No confortavelmente escuro me instalo…
O som estremece-me o corpo,
penetração que ecoo nos movimentos da noite.

Invade-me os pés que teimosamente irrequietam
As minhas ancas que (in) discretamente balançam
O meu torso que contrariamente se ajeita
Ao formato do som.
As mãos que percorrem o ar
Caçam o beat que me possui.
Os cabelos que voam ao movimento dos graves
Numa combinação de ombros e costas serpenteantes
que se contorcem com o ácido dos agudos.

E isto é somente o ambientar à pista…

Depois?
Depois é uma explosão de transe que me invade as cores que me abraçam o corpo e transpareço numa orgástica potenciação de mim onde pinto a minha libertação tão profundamente como as gotas de suor que me percorrem o corpo.

Exorcizo-me

Fundo-me.

Violentamente delicada na ténue linha do Horizonte - its Above and Beyond me.
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4 comentários:

Pearl disse...

Dançar para mim é como a àgua e se eu não dançar é porque algo vai tremendamente mal...e como tu tão bem dizes numa dança exorcizamos... não só a alma como o corpo!
Para além dos ritmos e das escolhas de cada um a Dança é universal!

Dança...Freyjá!

beijo

Freyja disse...

Cara Pearl,


Danço pois!
Mas por acaso há muito tempo que não danço... penso até que, usando a tua água, estarei enferrujada...

Beijo balançado

Unknown disse...

hmmm mas que dança... como a pearl diz... dança linda freyja... até ao raiar de um novo dia. e quando esse vier nao pares... apenas continua... no devaneio dos cabelos, o movimento das ancas, o esboço dos braços que varrem o ar...


beijo terno
eu assisto. eu aplaudo. eu vacilo. na inconstãncia dos movimentos que agem autónomos.

Freyja disse...

Caro Baraújo,

È um mimo ter-te por cá.

E sim hoje danço até que os meus pés de doam.
Amanhã? Cá estarei quieta, aguardando que o som me invada... porque o ritmo sempre morou aqui.


Beijo