quarta-feira, 26 de novembro de 2008


.

.

.

A realidade divide-se em duas plataformas planas, sobrepostas num fio de tempo vertical que se fundem no pensamento andrógeno do ser.

.


Conjuga-se a dualidade na fusão dos passos e dos sons apalavrados da discórdia na melodia inaudível da sinfonia primordial e rasga-se o ser na conjuntura hipócrita actual.

.

.

Aparentemente aparento a minha aparência, e para quem assim o entende, eternizarei essa aparência aparente de que na aparência reside a essência.
.
.
.
.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tonalidades

Regurgito neste cheiro.
neste vazio do Tudo...
Desdenho a tenacidade do surreal
Invado os pensamentos
desafino a cada nota,
a cada veio…

Sou monocórdica no murmúrio lírico
que se baba pelos dentes e morre nos lábios
enraízam os botões do ventre fechado
desbotam as cores dos vestidos
preto, branco e cinzento...

As mãos que se cruzam com os dedos,
Ao peito do alento cortante,
Circunscrevo a áurea gelatinosa que me envolve
Sumo-me e subtraio-me…



Eu sou uma cor monocórdica de um filme mudo dos anos 30


Je suis le rentré de la vie…

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Os dias


.
.
A janela nada me diz,
Nada de novo me conta
A porta lembra-me somente o passar dos dias…

Caminho as mesmas calçadas,
O mesmo vento,
As mesmas folhas,
As pessoas nunca são as mesmas.

O frio, só esse é mais seco e gelado.

Só a música me acompanha.
Nos devaneios, nos passos, no passar.
Só ela permanece, fiel e segura.

Tudo muda, os pensares,
Os comportamentos,
Volátil petrificação de tudo.

Corro as cortinas dos meus olhos,
Fecho o casaco e seguro o cabelo.
O vento, sopra cada vez mais forte,
Eu estou cada vez mais leve…

Infiltra-se o silêncio…


Estou cada vez mais longe de tudo de todos.
.
.
.
.
.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Água salgada

Espelho
Olhos nos olhos
mergulho no negro
Penetro na imagem reflectida da pupila
Observo...

Desbravo todas as minhas gavetas
voam os pensamentos no furacão
desorganizo-me constantemente

Olho mais fundo
encho o peito de ar e
arranco aquela gaveta...
espalho as fotos mentais
todas as palavras por escrever
Enfrento-me de frente, de vermelho.

Tudo pára por uns breves segundos,
O vento cala-se e a água sossega...
Congelo tudo á minha volta...
Afundo-me no meu olhar.


[Mais um poço de ódio…]

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Diurnas


.
Observo a aparente quietude
respiro o suor dos vidros
transpiro o molhado da distância,
o vidro e o rio, nas janelas do barco…

Salpicam os resíduos nas janelas,
esmagam-se no assombro do imenso
afoitam-se violentas contra o pontão.

Sublime violência das gotas
alongam-se as correntes grossas de ferro,
sôfregas….
tudo de distende....

Anímicas sensibilidades
Sangradas à beira rio…



.
.
.
.






O Rio embate contra o pontão…
.
.
.
.

sábado, 8 de novembro de 2008

Sand castel Sand

.


.


.


.


Fascina-me toda esta capacidade de inspiração das letras na tentativa de fusão.
Ora, mas que pretensiosismo relevado! Será possível absorver qualquer letra sem lhe sentir o contexto da frase e do texto?! Quando mais será possível absorver a essência do autor pelo simples ler?

Ora ora... afinal quem sou eu? Uma mera espectadora no meu blogue?

Resumo-me a uma qualquer leitura incongruente, descompassada no tempo e, acima de tudo incoerente.

E mesmo que assim se efectivasse, aspiraria eu à alternância da consciência, permitindo-me a escrita do que quer que fosse.

Ao menos que haja Sinceridade e Frontalidade! Mas também, para haver estes dois predicados no Sujeito teria de Haver á priori. Se assim fosse, seria a água mais cristalina. Para isso não estaríamos aqui, mas sim lá!

Afinal isto não é uma história de embalar com princípio, meio e fim, devidamente perspectivados.
Trata-se somente de um balanço existencial. Não tenho de ser coerente ao ponto de lhe enfiar um ponto final! Nem tão pouco faço questão. Aliás, isto é uma Never Ending Story…

Logo, a pretensão da absorção é de imediato posta de parte na base da sua incoerência.

Tudo isto me transporta ao inevitável Bicho da Madeira...

Chego ao ponto, que mais não passa de um Zero dimensional, de concluir a inutilidade de tudo...

Depressa relembro que a construção do castelo no ar se eleva à sua própria implosão.


È… e agora falava eu de quê?











Enraizam os pregos do existencialismo a cada dia de passa.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O quê?

.
.
De que serve a contemplação se o desconhecido é o tudo que se transpõem á física, perante a cegueira?

Subestima-se a existência perante a dimensão arrojada da transparência que no fundo, mais não é do que um vidro fosco suado.

Independente da noção de estética de cada um, a presença física de algo turba positivamente ou negativamente, todo o raciocínio intrínseco ao ser humano.

Recorrendo a Exmo. Sr. José Saramago, plagio o Título: “Ensaio sobre a Cegueira”

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Plantações...

.
.
.
.
.
Se, utopicamente fosse possível a Liberdade de Expressão, mandaria muito gente ir plantar alfaces para ao Evareste. Se isso assim fosse, desnecessário seria o bilhete.
.
.
Hoje farto-me da explanação muda da conceptualização do cultivo.
Agonia-me a inveja recôndida escondida algures por entre os sovacos moles e secos da dormência.
.
Irrita-me a ignorância perante a prioridade, a minha.
.
.
.
.
Ide, ide ver as Novelas...
Ide sem regresso!
.
.
.
.
.
Haja Respeito!
.
.
.
.

domingo, 2 de novembro de 2008

Minimalismo




















Reparto-me na dualidade enraizada da certeza do que sou.

Respiro a convulsão existencial e acho-me na confiança desta congruência, onde me sento e observo.

No dilema da utopia implacavelmente estrangulada pelo enorme e copioso mundo, sento-me nesta cadeira gelada e húmida, e deparo-me com uma eremita ocasional do dogma utópico do paradigma existencial.

Silencio as palavras, que se demonstram minimalistas, feitas no pensamento e circulo no marasmo deste rio morto com a conclusão gravada no peito.

Observo.
Ignorando tudo e todos, o êxtase convulsional do existencialismo obriga à edificação da muralha, onde na matéria, se concluí a meta. O que se olvida, na consagração existencial, é o indelével compromisso narcisista da elevação onde se pretende perpetuar a continuidade.


Neste caso, relembrando o paradigma, na caverna da solidão. Ou será que não?




Eu sei que etérea é a minha conclusão.
Concluo que se trata de um marasmo e não de uma tranquilidade gloriosa.











Racionalizarão a eternização existencial como se de um suspiro se tratasse?

sábado, 1 de novembro de 2008

Kantando divagar

Lambendo um certo Senhor...
.
.
“ A Metafísica não pode ser um conhecimento metafísico.”… Isto remanesce-me á Teoria do Caos á 50 anos atrás!
.
Nos tempos Críticos, racionalizava-se que a Metafísica não poderia ser conhecimento científico. Tal como se racionalizava que a Teoria do Caos e as suas Fractais não poderiam ser estudadas e cientificamente provadas no seu todo e, obviamente acreditadas. Sendo que se ficou pela Teoria do Caos e não pela Lei do Caos.
.
.

[Sabido é hoje que dois génios, de entre alguns outros, incidiram na descoberta de um teorema que descortina, tendo em conta que nunca deixa de ser a Teoria do Caos, um pequeno fragmento – Fractal, desenvolvido em Equação Matemática, Diferenciais não-Lineares, dessa mesma Teoria, ousando por em prática, inclusivamente o Teorema.
O resultado está á vista. Conquistaram O Nobel da Economia em 97 por isso mesmo!]

Isto para introduzir o pensamento crítico.

Ora se, tal como evoluímos na descoberta do Fractal (embora aplicado á economia mundial, neste caso das Bolsas), baseando-me na exacta e mesma Teoria e futuro Teorema, iremos provar cientificamente que, também a Metafísica pode ser provada cientificamente.

Poderão agora pensar que me equilibro com um só pé, numa base totalmente instável… e pensam “bem”. Ou será que raciocino na única base possível, a única estável na sua completa instabilidade – O meu pensamento?


Seja como for, teorizando os avanços científicos no regredir da nossa existência ou essência, posso igualmente assumir que nós, seremos capazes de provar, a nós próprios primeiro e depois cientificamente, que a Metafísica é a Ciência.

E quando será provado?! Ora essa! Isso seria como provar agorinha mesmo, cientificamente que o espirro do Sr. A, residente na Islândia, foi causa da queda de cabelo do Sr. B., residente na Austrália.

Tudo a seu tempo! O Sr. A terá que espirrar primeiro…

E aqui, surge o meu sorriso. E porque será que o Sr. Espirrou?! Bem… isso seria uma conversa sobre Tempo, sobre o Caos Determinístico subjacente, sobre todos os atratores e fractais do Universo!