segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Os dias


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A janela nada me diz,
Nada de novo me conta
A porta lembra-me somente o passar dos dias…

Caminho as mesmas calçadas,
O mesmo vento,
As mesmas folhas,
As pessoas nunca são as mesmas.

O frio, só esse é mais seco e gelado.

Só a música me acompanha.
Nos devaneios, nos passos, no passar.
Só ela permanece, fiel e segura.

Tudo muda, os pensares,
Os comportamentos,
Volátil petrificação de tudo.

Corro as cortinas dos meus olhos,
Fecho o casaco e seguro o cabelo.
O vento, sopra cada vez mais forte,
Eu estou cada vez mais leve…

Infiltra-se o silêncio…


Estou cada vez mais longe de tudo de todos.
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2 comentários:

Gothicum disse...

"Mau será o dia do homem quando ele se tornar absolutamente satisfeito com a vida que está levando, quando não estiver mais eternamente batendo nas portas de sua alma um enorme desejo de fazer algo maior."
Phillips Brooks

Este poema está fenomenal. Abraços

Pearl disse...

A solidão que nos dá voz, que nos faz voar e muitas vezes caminhar nem sempre é entendida...
Seja como fôr não te prendas numa socialização que não te seduz que por agora não te traduz o estado de espirito!

beijo e abraço;)