sábado, 26 de dezembro de 2009

Esplanadação

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Tenho no peito uma esplanada ao sol

na alma um chá quente com sabor a menta.

No corpo tenho uma cadeira,

nos olhos um livro e na mão,

tenho um bolso cheio de pequenos tudos.

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Na memória tenho uma vida,

passada à janela e assistida

por um luar fresco.

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Na língua trago a conjunção do verbo

das metáforas que rendilho a pérolas

a longos pontos dourados,

sem remate, nem fim.

Uma ponta solta.

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Nas pernas trago as curvas do carácter,

nas coxas trago o nariz,

o aroma inebriante do ventre.

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(De dia tenho o sol dos pontos

e à noite tenho o luar das pérolas.)

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Trago árvores e ramos e folhas

e caules e pétalas e…

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Transporto-me, carrego-me e escolto-me

nas pedras da calçada,

no amarelo que me faz mais verde

no azul que me faz mais à janela.

Peso-me vermelha na cor da existência,

branca na leveza da minha alma

e…

verde, no profundo ambíguo dos olhos.

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Inconfessa e obtusa, vos brindo com boas festas.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Manual de Instruções

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Aqui estão as legendas necessárias ao nosso quotidiano, pelo brilhante Mark Gungor.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Nostalgia

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Muito mais que paixão.

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Muito mais que amor...

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É puro ADN.

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Política...?!

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A propósito do casamento entre homossexuais, que inclui obrigatoriamente, a questão da filiação: ‘Crianças em situações que não correspondem, de facto, à sua natureza, ao seu desejo de natureza, são crianças que precisam de acompanhamento especial. Tudo isto custa milhões à carteira dos portugueses’.

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Pergunto-me, será que a excelsa autora desta frase, a ex-deputada, Sra. Dra. Isilda Pegado, tem a noção da quantidade de crianças que existem, saudáveis, felizes e INTEGRADAS, dentro de um seio familiar homossexual para se sair com esta?!

Viverá a Sra. Dra. neste planeta?

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E mais, assumir que as referidas crianças necessitam de acompanhamento psicológico e que isso custará milhões à carteira dos portugueses...
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Será que ponderou a hipótese de estar a perspectivar parcialmente toda a questão?

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Será que ponderou quanto custa, os milhares de milhões de euros em corrupção, ao país?

E os ordenados milionários dos gestores e todas as regalias?

E os euros gastos em obras que favorecem sempre os mesmo?

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Não me vou alongar, caso contrário ainda algum chico esperto me dirá:

- Então e soluções? Não apresenta?

Depois lá terei de responder num enorme e alongadíssimo texto sobre coisas que efectivamente não interessam a ninguém, nem a mim.

(Mas que o texto existe, existe!)

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O que interessa é a polémica, o resto?

O resto é trocos de algibeira...

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domingo, 13 de dezembro de 2009

Aria

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Porque quando se trata de verdades, tudo à volta orquestra a sonoridade da perfeição.

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As árvores coreografam sublimemente a descida de uma estrela cadente e eu arrepio-me até ao tutano da minha existência.

O meu desejo?

Um sorriso estampado no rosto!

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Because music is my life.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

...peel me...

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Peel me a grape, crush me some ice
Skin me a peach, save the fuzz for my pillow
Talk to me nice, talk to me nice
You've got to wine and dine me
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Don't try to fool me bejewel me
Either amuse me or lose me
I'm getting hungry, peel me a grape
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Pop me a cork, french me a fry
Crack me a nut, bring a bowl full of bon-bons
Chill me some wine, keep standing by
Just entertain me, champagne me
Show me you love me, kid glove me
Best way to cheer me, cashmere me
I'm getting hungry, peel me grape
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Here's how to be an agreeable chap
Love me and leave me in luxury's lap
Hop when I holler, skip when I snap
When I say, "do it," jump to it
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Send out for scotch, call me a cab
Cut me a rose, make my tea with the petals
Just hang around, pick up the tab
Never out think me, just mink me
Polar bear rug me, don't bug me
New Thunderbird me, you heard me
I'm getting hungry, peel me a grape
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

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Caríssimo /a “Anónimo,

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Antes de tudo, um prelúdio.

Não é de minha insensibilidade responder a um comentário com uma publicação pois prefiro faze-lo por e-mail.

Porém, a insensatez de seu comentário deixou-me com tantas cócegas na barriga que tive de lhe responder. Como se trata de um comentário anónimo, não tenho oportunidade de lhe dar a resposta só para seus lindos olhos lerem, daí que torne público o seguinte, que passo a expor.

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Caso tenha olvidado o meu próprio comentário à minha própria publicação, o mesmo refere qualquer coisa como “Think again!”. Era suposto ter um significado, pois tudo o que escrevo dificilmente ficará ao acaso.

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Sendo assim, e no intuito de lhe iluminar essas ideias, refiro-lhe que a publicação em causa se refere a uma entidade e não a uma pessoa em concreto.

Trata-se da mistificação de uma mistificação (espero que esta definição não lhe seja demasiado… mistificada para o/a esclarecer) no seu âmbito mais abstracto já que considero, aqui com os meus botões, que jamais lhe terei acesso.

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Tal como se faz aos meninos e meninas de tenra idade, dou-lhe uma imagem mental alusiva para que o pensamento e a abstracção se perpetue com maior clareza.

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Ora imagine que sou um barco dentro de uma garrafa. Daqueles objectos típicos onde se revela impossível retirar o barco de lá de dentro sem danificar a sua estrutura.

Pois eu sou o barco e refilo afincadamente com o criador que me deixou presa dentro de uma pequenina garrafa.

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Sendo que deixei bem claro no meu comentário que a precipitação seria um erro, parece-me que por um lado se revela bastante precoce no raciocínio. Por outro lado, sabendo agora a raiz do comentário, não lhe parece que foi um bocadinho de nada arrogante ao presumir que se tratava de uma “pessoa”? Não lhe parece que foi no mínimo, insensato presumir-se titular de um “entidade”, que afinal de contas, o menino ou a menina, nem sabia a identidade?

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Sendo que não é a primeira vez que deixa este tipo de comentários anónimos sugiro que, ou deixe de visitar este MEU espaço de forma anónima, ou que de alguma forma se identifique, pois parece-me humilhante para o seu EGO que lhe tenha de remeter uma resposta por esta via.

Não lhe parece?

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Ah! E antes de terminar… a imitação é uma coisa muito feia.

Já que não se assume, seja lá porque motivo for, ao menos tente ser original na forma como me aborda.

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Falta de coragem e plágio deixa-me francamente mal disposta.

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Com os meus melhores cumprimentos e votos de um excelente feriado, que afinal é alusivo a “Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Reino”,

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Viagens a nanómetros de distância

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É suposto aceitar pacificamente a mistificação de um mito?

É suposto eu acreditar naquilo que me enfias pelos olhos a dentro?

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Não, eu não sou uma espécie de anémona Sado-maso naif kinda style!

Mas isso será algo que compreenderás melhor pelo caminho, pois será ele que te elucidará sobre todas as luzes que no escuro, me fizeste ver.

E por isso, tenho de facto a agradecer!

Obrigada, por tudo o que fizeste por mim. Pelas teias, pelas paralisias infiltradas na minha derme que me corroeram a visão.

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Obrigada. Não penses que estou a ser irónica. Não é bem a minha praia!

Obrigada sim, do fundo do poço que é a minha alma por me relembrares, once again, de quem eu sou.

E o que eu sou? Sou igual a tantas outras e outros. Aliás, sou igual a todos e a todas. Sem diferença, marca ou preferência. A não ser pelo facto de que eu literalmente te vi e não quis acreditar...

Mas não te preocupes (ironia só pelo sarcasmo) - I'm a fast learner.

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Tenho-te a dar os parabéns pela brilhante mente que és na realidade. Por todos os esquemas tão bem montados que a única solução possível seria, no mínimo, esquecer-me da minha alma!

Hitler seria portanto um menino de berço a teus pés!

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Tenho porém um final wisch. Adorava, agora neste preciso momento encarar-te num ambiente perfeitamente comum e beber um café na tua companhia. Apreciar-te a beleza da alma, que para mim continua a ser bela sem dúvida. Será portanto uma questão de gosto?!

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Do you see what you have made me?

I’ve ripped of my own skin, once again.

And your problem is that I’m getting closer to my bones.

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

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Os meus cabelos são poemas que deixo crescer.

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vertigens de um espelho

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O ser humano que não considerou gravemente a hipótese do suicídio é porque viveu qualquer coisa, que não a vida.

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Converseta de Café - entre a bica e o cigarro

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Sendo o que é, a realidade não poderia ser outra coisa se não o que é, de facto.

Aquilo que entra pelos olhos é o que é, e merece o valor que lhe é conferido.

Tal como um cinzeiro ou uma pessoa, que é a mesma coisa…

Cada um dá-lhe o valor que lhe parece ser o justo para si, mas isso não significa que não flutue que nem o PSI20…

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Querendo com isto dizer absolutamente nada sobre porra de coisa nenhuma.

Como se fosse um fumo indefinido a sair das teclas que tento calar.

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As aparências são aparências e muito mais que aparências, ou muito menos.

Depende substancialmente do ponto do observador, se da esquerda para a direita, se de baixo para cima, ou obliquo às frases.

O mesmo que dizer tudo é coisa nenhuma, nenhuma coisa também é tudo.



Se bem que não sendo a mesma coisa é similar e não igual. A minuciosidade do tom grave com que se lê, que é o mesmo que dizer com que se escreve, é provavelmente lido e / ou escrito com o mesmo tom, mas no sentido oposto – agudo.



Aquele agudo que a professora de História tinha quando tentava silenciar os obtusos aprendizes de castelos no ar. Esta, a professora, é igual aqui e na China, sendo que poderá ensinar Física Quântica, ou Astrologia, ou uma chinesice qualquer…



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Enfim… devaneios que não sendo nada, são tudo.



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Ah! Estava eu a dizer que a aparência é precisamente isso mesmo – aparência.

Mas até que ponto a capa não é um véu transparente? Ou precisamente o oposto? Ou será meio de cada, ou um ¼ num lado e ¾ no outro?

E… quem sabe alguma coisa sobre a verdade?

Se afasto, aproximo; se aproximo desvanece-se pó.



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Subestima-se o valor da verdade como quem deixa 1 cêntimo na Caixa de Esmolas.

1 Cêntimo, tal como o cinzeiro, ou como a pessoa ou como o mundo, tem o valor que tem e vale o que vale.

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De que vale ver Arte se nada se pretende da Arte?



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Em suma?

Estive aqui a escrever sobre coisa nenhuma e assumi que vos gastei o tempo a ler coisa nenhuma sobre tudo.



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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

GRITA-ME

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AJUDA-ME ajudando a ajuda de ajudar quem diz adeus à esperança velha com um casaco de pedinte sujo.

Não pises a esperança feita de poças de água que mergulhas entre passos pelas ruas dos mendigos que mendigam um adeus entre dentes numa boca de fome e línguas de sede.

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Diz-me adeus. Prefiro que me digas adeus a lamberes as calçadas à procura do mel da abelha zangada.

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Se não me disseres adeus, pelo menos grita-me um histerismo acusmático que me parte e estilhaça e corrói o meu, delicado e frágil e estúpido coração.

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terça-feira, 24 de novembro de 2009

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Curioso, o modo como esgravatam o Sinai para alcançar não mais do que a iluminação que se encontra à frente dos olhos…

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Quão ansiosos estão de prever a morte que fortuitamente se compelem ao inferno…

E eu assisto, sentada e de perna cruzada com um cigarro na mão, como quem assiste a uma peça de teatro, tão maior que a palma da minha mão…

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Que maior inferno existe que não o de ser cego, surdo e mudo?

É o que vos apresento, o eterno ritual obtuso.

De mim nada terão senão a minha douta irrelevância;

De vós terei a abençoada ignorância.




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domingo, 22 de novembro de 2009

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Não sei porque escrevo,

Escrevo porque escrevo e porque as minhas mãos escrevem.

(Eu escrevo?)

Leio.

Leio porque leio e porque os meus olhos lêem.

(Eu leio?)

Não sei se é automatismo

Se é um romantismo.

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Não sei porque os meus gestos se confundem no acto de agir,

se no acto de agir não lhe acho significância...

(Não ajo, penso a redundância.)

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Talvez seja uma treva,

um vestígio de uma sombra queimada

uma cinza largada ao vento,

um sussurro da madrugada.

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Um infinito

dentro de um infinito,

dentro de um infinito,

dentro de um infinito…

Um único infinito só.

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Escrevo e leio

porque as palavras são pó.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tira-me o ponto e mete-me uma vírgula.

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Nada é meu e eu não sou de mim.

Sou qualquer coisa que não eu.

Eu sou qualquer coisa que não… eu.

Eu não tenho nada e nada me tem.

Ainda assim porém,

tudo é meu e meu é de tudo.

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(É-me-nos-te-eu. )

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Este poema não é meu, meu não é deste poema

e o poema sou eu e eu sou o poema.

Se eu não sou de nada, e nada não é de meu,

Eu não sou nada.

Serei…tudo?

Tudo será eu?

Eu sou tudo e nada.

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“O Universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso”

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Eu sou Pessoa e Pessoa é eu.

Eu sou uma pessoa e uma pessoa sou eu.

A tal pessoa que não se diz Pessoa,

Mas que lê como uma pessoa de Pessoa.

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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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Tenho saudades de dançar sobre o teu peito...

como se fosses um palco de madeira escura.
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O som da madeira que estala com o peso do corpo,

recorda-me as divinas peças que compunhamos

em languidas manhãs soalheiras.

E o cheiro... ai o cheiro...

o cheiro da madeira húmida

debaixo das pontas que riscavam o chão...

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Escrevia-te poemas na derme com o deslizar dos lábios.
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Percorrias as curvas das minhas pernas,

os teus dedos...

como se fossem penas,

desenhavam a perfeição do ritmo

alongavam-me a alma até ao infinito.
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A iluminação provida pelo Sol

dava-te um ar especialmente...

encantador,

que eu nunca consegui resistir ao beijo...
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O cenário era mostrado por um cetim escarlate

que vagueava ao vento dos nossos gestos,

dos Pivot's dos nossos corpos

até cair.
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No fim, transpirados e exaustos,

fechava o pano cobrindo-nos com os nossos corpos

e aplaudiamo-nos com um beijo

com uma alma renovada,

com um abraço selado no tempo.
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Tenho saudades de dançar sobre o teu peito

e escrever poemas na tua derme.
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

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Ás vezes ponho-me a pensar…


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O que seria de vós se ao desejo conceder a satisfação da concretização….


No mesmo instante retraio a deflexão e levanto o sobrolho, no sorriso arrogante.


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Sabeis que mais?


Continuai a construir casas de palha que um dia destes o lobo mau subirá a tenebrosa escadaria alada dos infernos e soprará o zéfiro do apocalipse nos vossos surdos ouvidos.


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Entretanto vou-me entretendo a esfolar os vossos coelhos da Páscoa, meninos semi-nus deitados ao frio, e não esquecer… eternizar os vossos rituais para que estejam condenados à eternidade!


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O escárnio e o mal dizer (boa literatura, por sinal) …pois entenderão como melhor vos aprouver, porque a mim, francamente, tanto me faz!


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Ide vos foder mais às vossas omnipresentes e ignescentes deidades empaladas desde a nascença em vossas consciências!


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Não atentais contra a minha paciência… cuidai, que o pavio é curto.


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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Spica

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Porque me dás tanto que pensar, tanto que fazer, tanto que...sonhar, se tudo não passa de uma ilusão?


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Ao menos acorda-me de vez...


já não suporto mais imaginar...


dói-me os pés de andar sobre as nuvens,


dói-me as asas de tanto voar.


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Explica-me!


Para que sirvo eu, se de nada te sirvo?


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domingo, 8 de novembro de 2009

O esquecimento e a memória

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Se ao menos a voz entoasse e os olhos riscassem o céu.
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Sobrou o esqueleto deformado das palavras.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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Ás vezes dou por mim num imperceptível monocórdico balbuciar que se resume a uma simples indagação.
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Olho-te e pergunto-te de que valerá tantos empreendimentos, mundos e fundos, se nada disso valerá pois a minha vontade, ou a ilusão desta, parece e sente-se incorruptível…pois o que sinto é inabalavelmente existente.
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Deito-me à beirinha do teu riacho e molho os dedos descontraidamente enquanto persigo com o olhar a confluência das correntes. A água revela-se veludo na minha tez desnuda e entro devagar naquela corrente que não me move mas que me transporta suave e delicadamente até à próxima margem.
Despida de realidades concretas visto o teu farto manto de flores e sento-me a ouvir-te cantar.
Relaxo de tal forma que quase me deixo embalar no tempo dos mundos…
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Leva-me, leva-me nesse berço e deixa-me somente ficar a sonhar.
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Olho-te e suspiro profundamente, com a vontade estampada na alma, esta tentação de aqui ficar.

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Até já...
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domingo, 25 de outubro de 2009

Wisper

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Apetecia-me dormir neste eterno e acordar num amanhã imperceptível.
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Por agora recosto-me na cadeira, de manta pelas pernas, na contemplação de um sonho diante dos meus olhos. Na minha mão tenho um modesto arranjo floral e nos olhos, as estrelas do céu.
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Espero, pacientemente, neste limbo vaporoso.
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A nomenclatura será sempre insuficiente.
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Se te disser que te amo, será sempre um singelo e mero minimalismo.
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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Conversas da "Treta"

Conversas de muito pouca treta, mantidas num blogue do caríssimo Jorge Pessoa e Silva, cujo endereço passo a publicitar - http://riologoexisto.blogspot.com e a quem agradeço encarecidamente toda a estimulante conversa mantida ao longo de vários meses, mais ou menos continuados.
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Quem me conhece verdadeiramente demarca-me uma determinada ingenuidade inerente relativamente às pessoas, ou se quiseres, às supostas almas das mesmas.
Porém, apesar de reconhecer a minha ingenuidade, que lhe chamo de esperança, não consigo por mais que me esforce, crer em qualquer que seja o sistema político que nomeies, quer do passado, quer do presente.
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Tenho provado, de mim para mim, que tudo o que esteja relacionado com o PODER é naturalmente corrupto. Seja ele social, económico, político ou filosófico.
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O ser humano, no seu actual estado é perfeitamente incapaz de lidar com tamanha responsabilidade de forma altruísta devido a inúmeros e quase incontáveis factores. A começar pelo mais antigo deles todos, que mais não é do que a nossa existência, e a terminar num mais recente, que é o nosso meio envolvente.
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Se bem que te possa parecer uma fundação utópica e ilusória, este estado comatoso e amorfo da visão que mantenho do mundo permite-me desacreditar qualquer sistema que envolva PODER e ainda assim sustentar um castelo no ar feito de nuvens e esperança.
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Tenho construído ao longo da minha curtíssima vida vários estados, cidades e planetas e em todos eles a palavra PODER não existe como se pretende nestes andamentos actuais.
Trata-se portanto de uma situação provisória, a do PODER, e perfeitamente dispensável sendo o mesmo encarado como uma espécie de fardo e não como uma honra tipo taça de futebol.
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Logo, qualquer que seja a personalidade que se enrede no labirinto político é por mim literalmente riscado do mapa da esperança. Ainda que haja uma grande boa vontade, um sentimento perfeitamente altruísta do ser, este mesmo teria que nascer de novo para se edificar de novo afim de atingir o seu atmosférico propósito.
Ora sendo que estamos a milhentos anos-luz disso acontecer, permaneço na minha ingenuidade relativamente às pessoas e perfeitamente amorfa quanto ao mundo em si.
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Talvez para se entender melhor, possa fazer uma analogia a um microscópio / telescópio.
Se nos fosse permitido a visão ao microscópio de uma determinada pessoa no seu singular, poderíamos manter a esperança numa mudança, ainda que muito longínqua. Numa perspectiva mais abrangente, descentralizando o ser humano, dificilmente consigo manter qualquer réstia de esperança face seja ao que for.
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Há que educar as crianças, meu caro, as crianças são a nossa perpetuação, a nossa eternidade e o nosso pensamento ecoado para todo o sempre.
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E para quem pense que trazer crianças ao mundo para sofrerem é uma crueldade, tenho-lhes a dizer que as crianças são o nosso futuro – Eis mais um “lugar comum”!
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mudam os tempos (mas só isso mesmo)

Os tempos mudam e os paradigmas também.
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Antes, antes do tempo da TV a preto e branco, onde só uns afortunados podiam ver uns minutos na "caixa mágica" as coisas eram ao contrário.
A mulher era castigada, punida, descriminada, subjugada e todos os mais pseudo–atributos que se lembrem. Agora, com a mania do feminismo, está-se a virar o feitiço contra o feiticeiro.
Elas já podem e, são-no visivelmente mais pseudo-devassas que eles.
Devassas porquê?
Não que sejam devassas de facto, mas porque agora perderam a vergonha na cara e fazem como eles faziam e ainda fazem - à descarada!
Agora eles são os coitadinhos que sofrem mortalidades e natalidades, tanto que já os tentaram fazer parir. Sofrem no emprego porque têm uma colega levada da breca, sofrem, até porque elas querem que eles andem mais bonitinhos (e a cheirar menos mal, por favor); isto só porque elas deixaram de ter vergonha na cara...
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Daqui a umas 5 gerações, serão eles o sexo pseudo-fraco, lavarão os pratos do jantar, porão os miúdos na cama e elas, elas estarão no monopólio da televisão, da revista cor-de-rosa (que será interactiva) e acima de tudo, irão aos "putos" quando eles disserem a mítica frase: "Querida, estou com dor de cabeça..."
Eles serão mal pagos e sobrestimados, elas serão as "chefas".
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E isto tudo porque um senhor de nome Miguel Esteves Cardoso se lembrou de referir que nós, as mulheres, somos humanas...
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Ora francamente, somos tão humanas e devassas quanto eles. A diferença é que perdemos a vergonha na cara, como eles.
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Afinal os tempos mudam, mas as vontades continuam as mesmas.
A grande dúvida permanece, só muda a perspectiva da coisa.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Abre-me a Hipocrisia e mete-lhe queijo, sff

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Barack Obama eleito Prémio Nobel da Paz 2009.
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Há qualquer coisa de errada no mundo e eu ainda não sei precisamente o que é.
Suponho que seja eu...
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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Once upon a time

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A cadeira gelada arrepiou-a e fechou o casaco à procura do abraço de alguém.
Nem sequer estava frio e os casacos serviam apenas para matar saudades do vento.
Até o tempo mudou. Mudou e parou por uns segundos.
Dizem que quando morremos nos passa uma curta-metragem pelos olhos, pois se assim é, ela morreu ali, depois de morta.
A mesa redonda de uma madeira gasta de tanta água serviu de apoio aos cotovelos. Não largou o casaco cruzado em frente ao peito e nem os cabelos a voar ao vento a fizeram mexer as mãos, as tais à procura dos braços.
O frenesim dos carros e dos taxistas apressados, os saltos das senhoras desequilibradas em cima de agulhas, as pastas deles em consonância com os passos e os miúdos. Os miúdos arrastados pelas mãos seguravam um balão cheio de sonhos feitos de imaginação. Algures no meio daquela multidão apressada e desajeitada, por entre pequenos espaços de passos apressados surgiu uma, diferente das outras.

Ela tinha 14, ele tinha 18. Ela demasiado nova e fresca, ele demasiado pesado e fosco.
Não se tocaram, não sorriram, não se mexeram. Como se não existissem.
A vida cedeu ao tempo e ela ao sorrir com os olhos a brilhar, deu-lhe um abraço sereno.
Quem visse aquele olhar…dizem que mudava vidas inteiras, aqueles olhos.
Ele? Ele sentou-se no chão quando ela lhe disse adeus.

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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Preeminência Vs. Insolência - um truque de magia

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Nós só vemos aquilo que pretendemos ver.
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Oh vetusto, à porfiaria te indago:
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De que serve essa lógica, se a lógica não se aplica a priori?
Aliás, o que é o conceito de lógica e até quando no tempo se aplica o "a priori"?!
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(esta pergunta deixa e trás vestígios além da imaginação)
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Toma



Na constatação da provação sorrio perante a imensidão serena.
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No manto da aparência calcorreio as almofadas de pedra e sento-me nas guilhotinas de ar ao abrir a minha mão e...simplesmente planar.
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Já sentiste na derme quente o gelo do vácuo. Não é simplesmente…brilhante?
Há que saber dar sentido ou melhor, sentir o sentido daquilo que aparentemente não tem sentido.
Mas afinal de contas, o que é, raramente assim o parece.
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Naqueles dias em que a dispersão se anseia na concretização da fantasia exsudada a reminiscência do que tudo foi, é e será, tudo e nada se resumem a uma palavra... e o sorriso discreto, como de quem ri involuntariamente de uma lembrança engraçada, escapa pelo canto da boca.



Esta é uma oferenda para ti.
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