sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lyrics



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Desbravo-me na tradução de um lirismo presenteado


Desfaço-me em palavras que parecem nunca esgotar


Nunca me calarei neste pensamento


Cada vez mais forte


Cada vez mais gritante.








Não publicarei, é meu, de mim, para mim!


Dificilmente iriam perceber.


Sou intragável no que escrevo para mim.


Ninguém me desfia.








Hoje escrevo-me no lirismo presenteado.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pálpebras















Subo


A montanha mais alta


O frio mais gelado


As pedras mais bicudas





Paro


Deixo cair a cabeça para trás


Inspiro o mundo de nadas


Inalo todas as moléculas





Sorriu


Ascendo à crença


Nada mais temo


Nada mais me afecta





Liberto-me





Existo


Molecularmente


Intrinsecamente


Divinamente





Eternizo-me


Nesta implosão


Absorvo


Transformo


Inalo o ar espesso





Expiro


Da minha boca voam borboletas


Esvoaçam ao sabor do vento


Sussurro do meu pensamento


Desmaterializo-me





Eu não existo.











quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Expiro

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What could I Be, if there was no world?
What could I be if there was no being?
I would be just an insignificant half of what I could be.

I am ME in my world of absolute insanity.
I am not what I use to be,
I am what I will be…
Magnificent see.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Freedom in a Box







Há coisas que não se explicam, outras nem com explicação.

Nascem as raízes perfurantes que se entranham na terra, sangram as mães no ferir do golpe da racionalidade. Essa rara e preciosa água que embebeda os sentires e torna tudo mais límpido.

Assume-se à partida que será uma capacidade inata de todo o ser humano... Assumir à partida não será um preconceito?!

Julga-se perspicaz, aquele que ao primeiro gesto, deixa cair o cutelo contundente e rombo nos pescoços divergentes... Como eu adoro os carrascos da sanidade! Vestem o pseudo negro “Dark Side”. Jorram as gargalhadas no explanar do sentir absolutamente oposto à filosofia.
Sorrio tão descaradamente ao preconceito... Fascina-me a capacidade de pré julgar!

Sois pois então joguetes das luvas negras que vos regem no topo egoísta, na verdadeira ascensão da palavra, do poder. Onde se monta a peça que lhe chamam, alguns, a Vida…

Sois mesmo livres como julgais que sois?!

Essa encenação cénica da tragédia final... a Liberdade!


Ao menos que nos capem o cérebro parcialmente, somente para turvar o pensar... somente para permitir que ao menos, não se pense de todo!


Escapa-se por entre os dedos a paciência para suportar a preguiça... esse líquido viscoso, amarelo vómito pesado, que engolem á nascença...

domingo, 26 de outubro de 2008

Floating Spirit Dimension






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No brilho das luzes sinto os olhos,
no som das lâmpadas ouço o murmurar,
nos passos desta noite senti a tua sombra
acompanhou-me nas virgulas,
nos pensamentos que segurei no folego.

Acompanhas-me tão de perto...
sinto o respirar no pescoço
a mão na anca, que se balança caminhando,
rumo ao futuro de braços abertos
deixo o vento entrar pelo casaco fechado
sentido no ar gelado desta noite
adenso o ar á tua passagem.

Não fujo, nem escondo,
torno intimo,
profundamente intimista.

Rendo-me nesta batalha
olvido a existência de vitória,
não sei o que é a derrota.

Já não sou o que era
mudei o que será.
Já não pressinto,
simplesmente deixo ser o que será.

Em nós viverá sempre o tudo e o nada
que nos une em desconexões exóticas,
seremos sempre a Liberdade
de sermos tudo o que sempre fomos.
Um do outro.

Seremos nós.


Pre_sinto no cheiro da chuva…

sábado, 25 de outubro de 2008



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Tudo me parece absurdo quando a humidade me acorda numa osculação premeditada.
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Voam os pensamentos nas moléculas que me juntam o corpo entre ligações tão frágeis quanto eu. Provado está que a união faz a força.
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No entanto assombra-se uma questão que me morde com os seus caninos afiados e me envenena na sua lambidela bifurcada. Porque teremos de ser coerentes indubitavelmente?
A coesão poderá ser molecularmente incoerente nas ambiguidades das revoltas nocturnas. E o orgulho e preconceito inerte faz do pensamento, um lençol passado a ferro exibido no quarto vazio.
Errantes posturas, no meu quarto cheio de coisas, estendem-se nos lençóis remendados e amachucados em rupturas moleculares muito pouco coerentes. Mas assim, também eu sou coerente, ao menos que o seja na minha incoerência… haverá o dia que, no meio da minha coerência incoerente se unirão as moléculas e se transmutarão numa coerência coerente.
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Rasgo as pontes moleculares e espalho o puzzle dos meus pensamentos por entre as rugas dos meus lençóis húmidos da geada nocturna; formo tudo num corpo de fumos baços que engulo.










Definitivamente, não presto!

domingo, 19 de outubro de 2008

Pressinto-te

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Por entre as duas mãos segura a cara fina e delicada queimada pelos anos,
a barba rija e intervalada pica os dedos finos e quentes,
sem anéis ou adornos escorre pelas maças e encontram
as pontas, no fim do rosto, o indicador atrevido
percorre as rugas dos lábios, o buraco do pensamento,
fundido na tez que contorna o húmido ser.

Puxa, sugando egoisticamente o rosto,
no aguardado toque, por entre as mãos,
que substituem os lábios num gesto continuo
que se perde no fumo morno,
do pescoço quente exalado perfume.

Impacto do toque estremece os poros
que alvitram a crença do arrepio,
que se arrebita no curvar das vértebras,
expostas vértebras á contra luz.






(Com o garfo rejeita-se as ervilhas
que inevitavelmente teimam,
rebolam para o centro do prato.
Prefere não as meter na boca e olvida
o saborear de redondos cascados alimentos.)








Irracionalidades emotivas da feição que conhece


A boca... ai essa protuberância formada de lábios
quentes, húmidos e doces
secretamente segura a língua, atrevidamente
indiscreta no calcorrear dos relevos,
arrepiados poros que se pressentem.

Solta-se o bafo de chocolate e inunda o ambiente,
doce mentolado After Eight...
que, pela ponta dos dedos, leva ao paladar
que espalha nos molhados lábios semeando,
o quente fresco doce tactear da língua
pelos dedos apessoados da concretização.


Beija pelo indelével toque
de expressões invisíveis




[Tu sabes... sou transparentemente dual]

Filó Sophia

A Liberdade é por mim vista como sendo o Oxigénio dos corpos.
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Divergente na minha teoria de vida de que todo o ser Humano é Livre e tem consciência e capacidade de discernimento para distinguir até que ponto vai a sua Liberdade, permito que todos os que me rodeiam sejam dotados dessa fantástica capacidade de ser absolutamente Free. Se bem que a Liberdade nunca será total e absoluta já que há uma série de condicionantes socioeconómicas que turvam à partida essa capacidade de ser e, principalmente pensar-se Liberdade.

Dizem que foi no 25 de Abril de 74 que a revolução se deu… não podia estar mais em desacordo. È certo que foi “dada” a Liberdade de Expressão, a pseudo liberdade de expressão, de volta á plebe. Mas, nesta e em qualquer outra sociedade, nunca poderemos ser verdadeiramente livres, na sua total extensão do seu profundo significado, já que em sociedade, e porque há indivíduos interiormente podres, seria sempre uma penosa caminhada para a Forca em Praça Pública, assumir-se de peito aberto, a marca gravada no peito dessa Liberdade Interior.

Liberdade, será portanto para muitos indivíduos, e para mim inclusive, uma miragem no meio deste deserto em que vivemos.

Não me considero, após o supra referido, uma Nómada total. Se bem que o contacto com a Sociedade, sociedade é por mim vista como um conjunto de pessoas que vivem sob determinadas regras, é por mim evitado. Isto não significa que me feche total e absolutamente à vida social. Tenho família, emprego, casa e amigos, e principalmente tenho conhecidos. Desses, tenho aos molhinhos de dez. Mas que me recuso á fusão social, recuso perfeitamente! Não me identifico com os padrões morais existentes e vigorantes destas esculturas de barro.
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Acho até que na escola haveriam de “dar” a ler aos miúdos outro tipo de literatura que não a actual. Não vou sequer arriscar aqui, publicamente, títulos e autores até porque não tenho pretensões de ser “Ministra de Educação” de porra nenhuma. Mas que penso seguir esta minha linha de raciocínio educacional com o My Precious, isso faço mesmo questão de seguir.

Quando no meu tempo, era obrigada a ler os livros da praxe escolar, por norma, nunca lia nenhum! È… nunca fui muito dada a obrigações e deveres deste género. Os deveres que tenho comigo mesma são mais do que suficientes para me castrarem a Liberdade. A minha recalcada Liberdade, porque no fundo, nunca seremos verdadeiramente Livres. Mais que não seja, vivemos presos dentro de nós mesmos.
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Recordo os livros que li efectivamente dentro do conteúdo programático escolar. Só me recordo mesmo da “Divina Comédia” de Dante… Evidentemente que nas aulas de Filosofia nada era obrigação, daí que os livros recomendados, não empinados, foram por mim lidos. Aliás, as aulas de Filosofia eram as únicas aulas em que me deixava perder nos ponteiros dos relógios e quando a parva da campainha de escola tocava, as interessantíssimas conversas ficavam sempre a meio. Vou ousar, inclusivamente, dizer que as aulas de Filosofia eram uma manipulação minha e do Professor dentro daquelas quatro paredes, e os restantes alunos eram meros espectadores. Isso era acontecimento que me irritava. Julgava eu, e secretamente ainda julgo, que quem não discute filosofia, quer seja pessoal ou de outra pessoa, não sabe o que perde. Esta ciência é por mim vista como a Liberdade expressa do pensamento humano, daí que seja apaixonada pela mesma.
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Em suma, sou apaixonada pela Liberdade.

sábado, 18 de outubro de 2008

Momento de iNsAnIdAdE

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Para todas as "estrelas", fica aqui o repto, que é também o nome desta imagem:
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"Fuck you, I am Beautiful!"
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Corre que corre no correr corrido

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Os ponteiros do relógio revoltam-se no incessante movimento frenético que me fornica o juízo de quatro. Fodem-me o tempo sem pedir licença e subtraem-me a capacidade de raciocinar.

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Corro para me despachar, corro para o despachar.

Corro para o deixar na cresce, corro para os transportes.

Enlato-me pelo meio do Metro, corro para chegar a horas ao trabalho.

Engulo uns cigarros pelos intervalos dos transportes.

Como qualquer coisa no escritório pelo meio de uma bica já morna, entre telefonemas, reuniões e concretizações, como mais uns cigarros e espalho as migalhas do meu pequeno-almoço pelos papéis e pelo teclado.

Assopro para que não atrapalhe a escrita de "n" coisas...

Coisas essas que me roubam a capacidade mental particular e me permitem somente maquinar as tarefas laborais.

Apressadamente oriento os afazeres, as obras, o telefone e a internet que ainda não chegou... irrita-me todas estas mudanças feitas em cima do joelho.

Corro para o almoço. Engulo uma sopa e uma gelado que só eu sei... caprichos da minha gulosa boca.

Nestes 45 minutos, aproveito para respirar o ar puro, cheio de poluição, encho de novo os pulmões de ar, e mergulho outra vez.

Corro para mais meio dia de stress.

Engulo mais uns cigarros, sorvo mais uns cafés.

Desaparece mais uma tarde.

Digo até amanhã.

Corro de novo para o enlatado Metro, corro para o outro Metro.

Corro para apanhar o Barco e durante 10 minutos respiro.

Saio inevitavelmente a correr, ultrapasso meia multidão para tentar não perder o tal autocarro esporádico.

Nesta fase, já me doem os pés, pesam-me as pernas e arrasta-se o corpo.

Corro para chegar a casa para conseguir estar mais tempo com ele.

Brinco pelo meio do duche e do jantar.

Arrasto-me para o por a dormir.

E o que tem sucedido é que eu me deixo dormir primeiro que ele!

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Raios parta mais á merda do dinheiro e do Euromilhões que não chega!

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Aos meus leitores e amigos, as minhas desculpas pela falta de tempo, mas isto anda realmente difícil de gerir. Gostaria de os informar que voltarei com capacidade cerebral assim que puder e me deixarem... Não se trata de desrespeito, nem de desprezo, simplesmente a vidinha anda a 300 km/h nas defeituosas auto-estradas do meu cérebro.

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Beijo para todos e um obrigada pela atenção contínua que me prestam.
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Dissolvidos

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Constata-se em todos os gestos a revolta da diferença.

Os passos, os olhos, distinguem-se por entre a enchente de corpos caso não fossem discretamente desvanecidos pelo preferido anonimato.

Vagueiam por entre os espaços comprimidos, os indigentes disfarçados atrás dos óculos de sol que se reconhecem entre eles pela quietude da observação (im)parcial. Veste-se a gabardina invisível e dissolve-se por entre as gotas da chuva poluente, que ao cair do ácido, fumega corrosivo frio no morno da pele.

[A gabardina é inexistente quando efectivamente cai a chuva poluente.]

Chibatam-se os espíritos errantes em estalares dissonantes. Aparente tortura visível na desconstrução das plataformas caminhadas vezes sem conta. Arranca-se o tapete preto alcatrão e caem os corpos, os vivos, por entre as ondas de calor da mente, sempre fervente.

Reconstrói-se tapete a tapete, todos os grãos e camadas deste energúmeno chão.

Todos os dias são “Camelo, Leão e Criança”. Diariamente se relê mentalmente o livro da concórdia. Um dos muito poucos…

Espelho da insanidade baça vaporizada pelos arfares carnais que resvalam na recusa quando tudo se assume voluptuoso à priori.

Anseia-se a luxúria quando esta é a ultima vespa no centro ventral do existir.


“I am Katrina”

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Necessários 3D's


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A fútil elação dos membros atribuídos a um acerebral ser

a ingratidão de mão que estende e guarda no peito

Pressentida a Inveja mordaz do desejo.



Objectiva-se a futilidade do ser à visão do concreto, monumento selecto e (in) discreto desprendido de materializações absolutas, descarta visões futuristas pelos globos oculares que se entranham no cerebelo. Anseia-se o subjectivo na concretização da palavra etérea ardida no roçar da língua contra o palato pela desmaterialização do monumento concreto.


Discretas flores e curvas traçam a moldura em tons de dourado, verde e vermelho num sobejo preenchimento a branco transparente invisível. Só na exposição se adensa na materialização da visão monumental da pintura final.


A pintura é realçada pela moldura que alterna de cor mediante a decoração do meio ambiente ganhando a concretização da multiplicidade de olhares conseguidos num desvanecido plebeísmo ubíquo multiplicado por óculos 3D; à falta de visão recorre-se ao subjectivismo. Ou será característica intrínseca à Arte?


A arte é como a culinária. Acerto nos ingredientes e nas pupilas gustativas de quem degusta.



È tudo tão subjectivo que dispensa qualificações, igualmente subjectivas. Pois estas serão sempre, ou quase sempre, egocêntricos prismas.
Certamente portanto poder-se-á considerar...
Quem me poderá dizer o que é ARTE?
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Nota: E Porque o dia só tem 24 horas, existirá um delay entre os comentários e a sua respectiva publicação, bem como os meus agradecimentos e opinanços sobre os mesmos. Daí que as conversas terão de ser adiadas mais para o final do dia...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Barcos


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Hoje sinto-te a rumar além da linha do Horizonte do desespero, e antevejo a tua dor. È mais difícil rumar no mar do silêncio do que no mar das lágrimas. Vejo-te partir na bruma das palavras e despretensiosamente te aviso que o abismo para que rumas é o maior inferno na terra. O silêncio por opção, porque não há palavras, nem expressões que o definam. È a negação da vida exterior perante a estéril água que nos inunda. Relembro-te que o abismo fede na sua profunda podridão das carcaças lá deixadas, que o húmido que sentes e se escorre pelas pantanosas paredes é as tuas ressequidas lágrimas que congelaram formando estalactites cristalinas onde se reflecte a não luz. È o vazio, o vácuo, o nada. È o tecto que se encolhe e mingua o oxigénio entre o desfazer das moléculas do espaço entre ti e o chão. Chão esse, que ainda não alcanças porque a queda no abismo é interminável e não haverá lágrimas imensas que te façam submergir o corpo á superfície, remetendo-te assim ao profundo, imenso e negro silêncio da clausura interna. Não desistas… o inferno é um adjectivo amoroso face á realidade do silêncio.



Queria-te ver a remar contra essa maré avassaladora que te chupa para o vortex do teu deprimente ser. È um estado de alma combatido a ferro e fogo diariamente com sangue, suor e lágrimas.





Não vás…



Se decidires ir mesmo assim, no intuito de sufocar a dor, relembra que poderás sempre encontrar um remo a mais… quem sabe, nessa tua abrupta partida, não encontrarás ramos que arrombem o casco e te façam parar na tua brutalmente descida vertical.


Se decidires ir mesmo assim… deixo-te aqui a minha pequena mão no intuito de te transpirar o calor do esforço que é remar.



Não vás…


È tudo tão mais insuportável...








[Nota: Este posto foi construído em reacção a um outro post de um outro mudo, que lhe agradeço a bondade da partilha do ser.]


domingo, 12 de outubro de 2008

Escriba


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Suponho que o acto de escrever seja um acto sexual.

Tal como o desejo voluptuoso, o anseio da escrita é vincado pela potência da descarga almejada, que por um motivo qualquer, não se consegue, ou não se quer, ejacular para outras plataformas.

Será preciso um turbilhão de pensamentos e sentimentos para que se erga o sexo e/ou se deitem os dedos sobre o papel virtual que por entre os espaços das letras se acaricia o toque intenso da intima indução do ser.

Nos desenhos que aqui construo entrego-me de corpo e alma ao delicadamente violento escrever de mim. Tal como no sexo, escrevo o que sou e sou o que escrevo, de peito aberto expondo a minha vulnerabilidade aos olhos de quem me sente, estabelecendo á priori o bem-querer e a boa fé.

Somente assim, me dou e me escrevo, crendo que quem me lê e me recebe, me aceita assim, nua.
O que mais poderia eu esperar se não a mesma entrega?!
Não, não sou ingénua nesta consideração.



Não sei não ser o que escrevo e o que escrevo desconhece o não reflectir do eu.




[Não sei se repararam, mas coloquei à entrada um cabide para que se possam despir]

Espanto dos campos

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Exalo o ar

evaporo o peso

exorcizo os poros
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fundo-me no ortopédico

carrego no ar

o meu chapéu de mil palhas
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escalpo cada uma

engulo-lhes a terra

disseco numa diarreia mental

segada palha do meu chapéu
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Sou o espantalho dos campos

obstinação calcária

prostrar penetrante taciturno
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desenredo agonizante

enjoo da cadência

inevitável explanação
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as asas no relevo da palha

os espantalhos não voam

permanecem ostracismos

vesiculares juncos do meu chapéu.
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sábado, 11 de outubro de 2008

Matemática (ir)racional

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Ridícula indigência que almeja a volúpia do colo em verticalidades fechadas dimensionalmente.
Consciencialização da miséria que corrompe o pensamento arrastado pelo cansaço diário que se adi à índole pesada ingénita da fervente existência.
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Encerramento do subjectivo latente e errante pelejando pelos velozes caminhos do raciocínio analogamente falsos face à realidade... Aporta a nómada congruência coexistente no inóspito latejar da salubridade inexistente na quimera do almejo néscio.
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Apavora-me a imutabilidade incompatível dos raciocínios lógicos que estranho o desígnio do aprazimento. Desespero efectivamente pela igualdade na expressão filosófica de um entendimento dissonante dos ecos, que constato, serem no vácuo. A imutabilidade do vácuo inconformado.
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Não me outorgo a esta equação do desvanecido sinal.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Negativo

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Espreita o sol por entre as fendas

acariciando-lhe os olhos,

beija um bom dia num raio

que se enrola na sua luz.

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Hoje é dia de revolta profunda,

guerra aberta e declarada

às inanidades

preconceitos

e incapacidades.

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Francamente inspirada

olha para o guarda fato...

Do armário tira as botas do bondage

do roupeiro a mini saia

o camiseiro e o casaco

da gaveta as meias e as ligas...

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Pelo intervalo do respirar

ficou largada a roupa.

Cobre-se os poros no húmido quente

desfiam-se os cabelos

fuma-se o cigarro que morre nos lábios.

Respira-se o oxigénio

permite-se o kinky.

Desenha-se um sorriso...

Hoje é dia de provocação...

Show auto-erótico egocêntrico.

Inala-se a sexualidade

raramente declarada,

assumidamente disfarçada,

demasiado selvagem e fatal.

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[Details... are everything...]

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As botas apertadas revelando

zippers confinados ás curvas,

Meias esticadas e presas no bordado

delicadamente preso ás coxas,

revela o seguimento da linha preta

que escala pernas e contornos.

Saia espevitadamente rachada e cintada,

beijando ao de leve os joelhos.

Camiseiro preto atrevido,

justo, discretamente insinuante.

Casaco preto, recto e retrô

inevitavelmente entreaberto.

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Exala-se o perfume da feminilidade.

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Ela hoje simplesmente está radiante.

Porquê?

Porque negativou ao exame - o assombroso cancro da mama.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Som inanimado

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Fascino-me pelas entrenhas fudibundas

mergulho-me na envolvência do ser

enrolam-me nas convulsões corcundas.













Manifesto enlevo mórbido

Latente reflexo existencial

Puxo o lustro ao detalhe sórdido

de contruções, quiçá, subjectivas.













Tento impugnar a doutrina

afundo as mãos no mundo

seguro-lhes o arraigado

aperto as mãos e fechos os dedos

rubras cinzas...

dispersam-se no meu hálito.

Nada tenho mais a retirar

Tudo se refuta e liquefaz

Nada se cumpre, tudo se promete

Restam as mãos ensanguentadas

pós de inanidades de tudos e nadas.










Nem eco faz...
















[relembra-me as gaffes cinematográficas
Space Shuttle que dispara raios laser XPTO's
rugem pela vacuidade do espaço.]















È como os outros.

Aparentes ecos na ingnorância.














Warp 10



Away to the Black Hole





Roger!

Over and Out...











quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Letter to a Stranger - II


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Dear Stranger,



Arrasto-me até aqui

rugindo a minha armadura

ruínas de uma batalha.

Largo por aqui e por ali

bocados de metal rombo.

Alivio-me num sentar

na pedra da dor.



Pressinto-te, ainda na pior das guerras,

a tua, a interna, a eterna

Desnudo-me das armas

e aguardo

serenamente pelos seixos

disponho-me a arrebatar o terror

a amparar-te o suor

a limpar-te o sangue

barrar-te a dor.



Sou uma mulher de guerras e de curas

sou o doce e o azedo

o sangue e a água que lava o sangue.












My Best Regards,


Twilight Zone

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Sentada na mesa da esplanada tentava disfarçar. Sucedida, não pela sua mestria, mas pela “socialóide” invisibilidade do vortex egocêntrico do humanóide comum.

Cabelos claros, estragados de excessivas permanentes submetidas a abrasadores secadores na tentativa de reparar o dano das ondas. O cabelo pelas orelhas só lhe fazia sobressair os olhos, claros contrastantes com o excessivo branco. Eram estranhamente irrequietos, discretos e azuis.

Estava eu sentada na oblíqua visão daquele mundo paralelo, privilegiadamente posicionada, consegui-lhe subtrair a aparência ariana.
A única coisa que a denunciava era a mão esquerda e os olhos. Tremiam que nem o chão do metro.

Sorvi o café e degluti o ressequido queque enquanto via o filme que lhe passava á frente dos olhos, e que os seus lábios não conseguiam omitir os movimentos mudos, quase etéreos.

Toda aquela revolução cessou quando se concentrou no mais banal dos objectos - A Mala, e a procura do telemóvel naquele sem fundo poço. Achado o dito, deixou de haver ligação ao real, e foi aí que a película ardeu.

De mala no colo, sustida pela mão esquerda, na tentativa de calcinar os tremores, os seus olhos denunciavam uma conversa paralela com alguém que se dispunha de pé, à porta do café. O Sujeito barrava o acesso à porta do estabelecimento.
Os seus olhos mudos conversaram com o fascinante sujeito sobre política ou Life-Style. Era notória a envolvência do diálogo dos surdos, bastava olhar para os olhos que baloiçavam entre a porta e a entrada do café. Talvez o sujeito tivesse a presença de se desviar para que outros pudessem aceder ao consumo da bica e do pastel de nata.

De chávena na boca e mordendo o queque para calar o estômago refilão, ouvi o silêncio do olhar quando de repente entrou uma manada de vacas (sem perjúrio às meninas) porta a dentro.
Vi o sujeito esfumar-se e o espelhado do seu reflexo esvair-se para dentro dos olhos dela.
Tremelicou a mão, procuraram os olhos, descascou o Croissant e bebeu o líquido mar paralelo que a afogou. Lutou desenfreadamente para submergir das areias movediças da TwiLight Zone enquanto eu bebia o café, comia o merdoso queque e fumava um cigarro.


Restaram as cinzas da película que o vento levou e que o empregado lavou.


The End

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Duas e Meia e uns pozinhos



Constantemente tenho sono perturbado pelo sonho, é raro o dia que não sonho e frequentemente e inevitavelmente é às 02:30 da madrugada. Guardo sempre o telemóvel ao pé da cama e confirmo o já revisto inúmeras vezes... 02:30 da manhã... Desconfio que começa a ser um ritual...

Desperto em sobressalto, de olhos bem abertos e num só movimento visto o robe e deambulo até à cozinha, fundo-me com o breu e pelo caminho tento desacelerar o ritmo do coração, tenho a sensação do sossego da escuridão, não acendo qualquer luz, só o fugaz momento do isqueiro. Revejo a Puta da viagem nocturna que não comprou bilhete. Encostada á janela acabo sempre por pensar que desejo não sonhar; evapora-se o sono por entre o pestanejar, o fumo do cigarro e o vento gelado. Suponho que o sono viaja à velocidade do pensamento. Acena um fortuito adeus, vejo o rosto do sono rasgado pela velocidade que as frames dos meus olhos não acompanham, e quase que sinto debaixo dos pés o trepidar do TGV.
Restos do sonho são passados a pente fino na tentativa alucinada de esquartejar réstias de sobriedade imperfeita, o que fica no pano são imagens baças e sem cor.
Desisto invariavelmente, guardo na gaveta dos pendentes, enterro o dossier por entre os tantos outros poeirentos, fecho a pesada gaveta com as duas mãos na tentativa de nem sequer deixar escapar o asqueroso bicho do papel que me vai voltar a morder o cérebro.
Foi-se o cigarro, ficou o frio molhado. Enrolo-me no roupão para ao menos, não deixar escapar o calor do corpo, e contornando os obstáculos, retomo o caminho para o Sweet Valey Of Dreams.

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Acabo sempre por me anichar ao canto da cama
já nem tento achar o meio que me perde
já nem sequer vou para o meio
já nem sequer acendo a luz,
fico na ponta
cingidamente uterina
no canto da cama.










Fecho os olhos e aguardo que o sono me leve


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até às


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7:30 da manhã





segunda-feira, 6 de outubro de 2008

I know You













Sei que te conheço as feições
todos os cabelos e todos os brancos
sei que te conheço a curva das maças
as curvas do teu sorriso
os côncavos dos olhos
as pestanas, o nariz....


Sei que conheço o picar da barba
o intervalo dos pelos,
o quente dos teus lábios
o morno da tua língua
o monte do queixo


Sei que conheço os teus ombros
a junção da cabeça com as costas,
escorro nas tuas costas,
todos os músculos do teu braço
conheço o firme do teu pulso
a formosura da tua mão,
que me agarra quando eu tento ir


Sei que conheço o teu peito
os teus mamilos, os teus pelos
todos.
As costelas, os espaços entre elas
cada refego da tua barriga
as tuas ancas, o teu umbigo


Conheço-te o sexo, as virilhas
as coxas, o rabo,
as bochechas do rabo
Conheço cada pelo das tuas pernas
como conheço as minhas


Conheço os teus tendões, os teus joelhos
e as tuas cicatrizes bem como os músculos;
os tornozelos, os pés e as unhas dos pés.


Conheço-te o olhar,
que me sustem o ar,
o pestanejar,
o sobrolho levantado
conheço o teu coçar da cabeça,
conheço todos os tons de voz,
o tacto de todos eles
conheço o teu silêncio tão bem quanto o meu.
Conheço-te sem nunca sequer te ter visto.






Sei que não sei quem és, mas sei que és.






















Ps: Agradeço este Post à caríssima Pearl.

Difusas sombras doentes

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Com as duas mãos coladas no punhal, espeto o bico e deixo a lamina rasgar um véu. Escorre o sangue de mais uma chaga...






A única imagem que se escorre pelo suado vidro do meu pensamento é a do El Rei D. Sebastião cantado pelo Zeca Afonso - Vinil ouvido vezes sem fim na minha infância. È uma figura imponente que se desvanece por entre o nevoeiro denso do desconhecido e que, para destoar da Lyric, faz replay inconsequente, deixando um rasto de confusão e imagem dúbia de uma presença ausente.

No meio do caos mental gerado resumo a significância do ser a de um rato de esgoto, sujo e fedorento, que se alimenta dos restos alheios e infesta a doença da dormência inconstante de uma sanidade pouco sã.

Não suponho sequer o malefício da inconstância da neblina mas questiono qual dos males será o maior. A ausência ou a doença? È uma conclusão lógica na minha mente que ainda não sei praticar; ás tantas pondero os riscos tendo em conta as consequências e grito até que a voz me doa num marco de pertença da razão, mas que o lado emocional cala num sufoco de uma mão. Não acho o peso certo numa balança torta.

Conheço os dois lados da medalha e sei que a dormência será latente até ao fim, mas também sei que a potente genética faz das suas e que, por experiencia própria, fará da ausência uma futilidade que se revelará emergente quando o auge do vínculo surgir.

Não sei se mate a esperança ou se deixe envenenar pela difusa neblina de um El Rei D. Sebastião, que em nada é Rei - O rato D. Sebastião.

















Lembrando-me das tatuagens que tenho na pele opto pela doença vacinando o My Precious contra os malefícios da dormência. Até quando? Não sei... Mas sei que me corrói a alma todas as perguntas a que não sei responder sem lhe estraçalhar uma imagem tão presente, mas que eu sei tão podre.

Opto pelo repetido vezes sem fim "Foi Trabalhar", que se arrasta nos meus lábios num tom cansado e cinzento.


Um dia destes, digo-lhe que perdeu a única reminiscência salva de uma morte - My Precious. E aí? Aí, será tão tarde demais... acho que a única frase que lamberei por entre os caninos diferindo de um golpe fatal, com sabor a sangue, será: "Vai morrer longe, mas tão longe que nós não possamos sequer sentir-te o cheiro!"

domingo, 5 de outubro de 2008

3 cm e uma rosa

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O que é o Tango?







O tremor da paixão na sua expressão plena da violenta delicadeza de dois seres, que intercalam os membros num diabólico toque de pele, trocam as rosas, sangram os lábios de um balanço, e respiram a mesma vivência... a escassos 3 cm...
È o doce respirar, morno, seco, sedento que amolece os contornos e semi-cerram as pálpebras numa fome de alma que termina num alvorar dos sóis, que se implodem num universo paralelo, de duas mini novas. O cabelo que enrola reptilmente os pescoços palpitantes do vermelho latejante do desejo ardente é acompanhado pela saliva da tez, profunda animalidade patente no instinto de um conhecimento inconsciente que sabe de cor a cor do beijo, o sabor da língua, o lugar dos dentes, o calor do pescoço, o cheiro dos cabelos e todos os contornos e concavidades do outro - á priori.

È uma dança cega que sabe de cor os passos do parceiro que não se pisam, não controlam e simplesmente fluem num flutuar sucessivo da ordem natural.
























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É a insinuação do toque... antes do toque... que torna o toque, O Toque do Tango!



sábado, 4 de outubro de 2008

Back, Blue and Black

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As botas pretas que remarcam o ritmo novo do andar
espreitam pelos farrapos das calças de ganga azul mar
(como não podia deixar de ser)
que começam a folgar nas pernas outrora bem delineadas.
Fazem “pandam” com a preta blusa de decote aberto e discreto
a não ser pela rosada renda que transparece outras prosas
relembrando o séc. XVIII deste tempo.
Cabelo solto que se abandona ao vento
pretende prender-se somente quando se sustem nos lábios
... a aragem às vezes risca a visão.
Esta agora que se pretende o mais transparente
já que o mundo os enche de poluição.

Cruzo as ruas,
torço os tornozelos pela inconformada calçada
tem vezes que fico vermelha e embaraçada.
Prossigo, mais que não seja arranhada.
Passo pelos passos habituais
curiosamente em nada monótonos,
Bom Dia é sussurrado aos demais
e Curta sff aos habituais.

Tempo aproveitado em divagações
escritos por norma nas estações,
ressequidos no sair pela porta.
A velocidade de comboio demonstra-se assombrosa,
abanões, encontrões e energia com cortes
fazem da escrita algo disforme.

Dobro a esquina e encaro o vento,
cruzo os braços e agarro a mala,
mas aqui se assombra a mais terrível da duvida.
Será que a próxima rua será a...
branco, vermelho ou negro?
Esperança incauta esta... a minha...
Peito Aberto este... o meu...








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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Infernos




Porque há coincidências nesta vida que, no mínimo, as descrevo como... Dos Diabos...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Hoje antes do amanhã

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Possuída por um sufoco na alma que dilacera as palavras que me escorrem pelos dedos, misturo o sal com o sal. Nado num aperto que me contrai esquerdinamente a alma que hoje mirra numa implosão sentimental e não se seca no direito andar de mim.

Flutuo na etérea divagação do anseio do silêncio que parou o tempo. Só os ponteiros me recordam o passar que me desfaz a alma. Invisível.

Hoje misturo o sal com o sal num rio de pensamentos que me rasgam os olhos numa água que ninguém vê, por detrás do sol. Queria fazer parar o tempo para pausar este sofrimento que me escorre pelos traços. Queria matar esta falta de ar submergindo na cobardia de um escape nojento. Hoje queria esquecer, desaparecer, desvanecer...

Não sei ser a inexistência da minha essência, nem tão pouco aceder a uma hipocrisia gloriosa do não ser. Eu não sei disfarçar o que me vai cá dentro nem conter as palavras que escrevo. Despejo numa acção interminável o meu ser, na esperança de um dia me secar a fonte de um prazer que não me inunda. Tem dias... que me queria esquecer numa capa obliqua.

Ser insignificante na sensibilidade que hoje mostro ao mundo.
De nada me adianta pensar, reflectir, escrever, ler ou mesmo fazer se hoje baixei os braços e me abandono…

Amanhã? Amanhã terei certamente a força para me voltar a invadir, para sorrir, para escrever, para ler, para ser... Amanhã será outro dia, que eu intensamente anseio, que difira do hoje que me mata.

Hoje minguo, de novo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Pontão

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O mergulho no mar tem dias que se pronuncia inabitável. Urgem as ondas que se desfiguram á luz da lua numa dimensão esmagadora para a sensação de profundidade, que só pela visão de sua sombra se consegue exprimir tamanho avassalamento da alma. Essa miragem é de tal forma tenebrosa que assusta os mais sensíveis a enormidades.

Outros dias terá que o mar se pronuncia suave. Onde as ondas se ondulam no delicado toque, onde o vento lhe sopra meigamente a superfície mas onde se embate no profundo, calmo, tranquilo e aconchegante azul.

Mais outros haverá que o mar se pronuncia ausente. Nem inóspito nem suave. Dormente. Será nesses dias que os incautos marinheiros que se sentam descontraidamente na praia, julgando a aparente ausência de movimento como a tradução do inexistente, serão arrastados pela súbita corrente do mar onde reside a verdadeira face. O terrível e pacífico azul do mar.



O mar esconde em si a sua dádiva.



Eu nasci, cresci e aprendi tanto com o mar... Nos dias da minha aparente cessação de pensamento, só desejo estar no mar, com o mar, ser o mar. Profundamente azul e salgado mar.
E talvez um pouco incongruentemente, felicito o fim do Verão. Se bem que goste do calor, do sol, da praia, anseio o Outono. O vazio da praia, o vazio de gente, da enorme multidão, permite-me proceder ao meu egoísmo e apreciar o mar, o calor que ele me traz na sua pacificação e transmutação, que de tão intimista se torna que transporto nos olhos o ser.


A minha origem e fundação.















É, definitivamente, um dos filmes da minha vida...





Snow to ashes...








Ashes to snow...









(R)evolução

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Não creio na humanidade, não. Creio no indivíduo. E o barroco disto tudo é que, mesmo por debaixo de mais horrível das máscaras eu creio que existe sempre a mingua existência. E é essa míngua existência que me suscita a curiosidade e me apaixona. Será aquela que, sendo a visível mais pequena, se descobre na mais esplendorosa beleza. Será apreciar a lua no seu crescente, o nascer de uma criança, o surgir do sol. Talvez um excesso de romantismo… mas o que se há-de fazer… nasci assim! Conformismo? Não, nada a ver com conformismo.



Essa, como outras realidades tão ou mais tristes, retiram-me a crença na humanidade na crista da evolução. O que às vezes pode parecer incongruente com a minha enorme crença intimista no raiar do sol… estranho paradoxo o meu!
Chegando ao cumulo que desejar conversar num ambiente controlado obviamente, com o próprio monstro, no intuito de esquartejar aquela mente que eu considero brilhante. Sim… eu sei. Sou Insane!



Há outras mentes que esquartejo em intermináveis leituras ou interpretações em nada monstruosas, que me fazem erguer o paradoxo. Descrença numa sociedade podre e fedorenta e o crer… naquilo… que até lhe sei o nome mas que nem me atrevo a nomear. Incoerência minha supra mencionada? Descrente na humanidade e crente no humano?!
No meu discreto e ignóbil parecer, tudo tem dois ou mais paralelos que na sua mistura que não se enlaça, se funde.













È a revolução que aos poucos lhe sinto o cheiro…






Revolução na criação, nos filhos, na cultura, no livre acesso á Cultura!