segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Fado




Quando me sinto só,
Como tu me deixaste,
Mais só que um vagabundo
Num banco de jardim
É quando tenho dó,
De mim e por contraste
Eu tenho ódio ao mundo
Que nos separa assim.

Quando me sinto só
Sabe-me a boca a fado
Lamento de quem chora
A sua triste mágoa
Rastejando no pó
Meu coração cansado
Lembra uma velha nora
Morrendo à sede de água.

P'ra que não façam pouco
Procuro não gritar
A quem pergunta minto
Não quero que tenham dó
Num egoísmo louco
Eu chego a desejar
Que sintas o que sinto
Quando me sinto só.

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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Save Me...

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Agonio-me agora, neste vómito ácido do veneno que me injectam…
Contorço-me nas convulsões da dor da alma.
Dói-me o corpo,
(Que não acalma…)
Dói-me os neurónios,
Dói-me a existência…
Queria somente acabar com esta incongruência
Dar asas á minha maquiavélica essência…

Preciso de me exorcizar,
Soltar os demónios e corromper-te vezes em conta
Preciso que me tragas à vida inúmeras vezes…
Mata-me e ressuscita-me na evasão do que come por dentro...

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"Save me, I'm in a sea of beings
And there's no deny - the waves are holding me under
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I'm drowning in a thousand faces
Alien expressions over and over again
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I'm trying to scream but I can't exhale
The world seems to spin as I'm left on this square
With no will to hold on
Am I the only one crushed by the weight of the world?
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Save me...
I think I've swallowed more than I can comprehend
A soul laid low
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A soul has lost its faith again, wide awake in this hole
A maggot on a plate again, wide awake in this hole
A soul has lost its faith again
I've lost myself too long
Am I the only one crushed by the weight of the world?"
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Antimatter - Planetary Confinement - The Weight of the World.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Feliz Natalinho...


Português
Feliz Natal


Islandês
Gledileg Jol


Dinamarquês
Gladelig Jul


Francês
Joyeux Noel


Croata
Sretan Bozic


Finlandês
Hyvaa joulua


Espanhol
Feliz Navidad!


Romeno
Craciun Fericit


Sérvio
Hristos se rodi


Galês
Nadolig Llawen


Maori
Meri Kirihimete


Boêmio
Vesele Vanoce


Lituano
Linksmu Kaledu


Havaiano
Mele Kalikimaka


Inglês
Merry Christmas


Tailandês
Sawadee Pee Mai


Esperanto
Gajan Kristnaskon


Coreano
Sung Tan Chuk Ha


Indonésio
Selamat Hari Natal


Albanês
Gezuar Krishtlindje


Irlandês
Nollaig Shona Dhuit


Grego
Kala Christouyenna!


Estoniano
Roomsaid Joulu Puhi


Hindi
Bada Din Mubarak Ho


Urdu
Naya Saal Mubarak Ho


Italiano
Buone Feste Natalizie


Cree
Mitho Makosi Kesikansi


Hebraico
Chag hamolad sameach


Alemão
Froehliche Weihnachten


Viatnamita
Chung Mung Giang Sinh


Norueguês
God Jul Og Godt Nytt Aar


Ucraniano
Srozhdestvom Kristovym


Bengali
Bodo Din Shubh Lamona


Iraquiano
Saidan Wa Sanah Jadidah


Eslovaco
Sretan Bozic or Vesele vianoce


Manês
Nollick ghennal as blein vie noa


Tâmil
Nathar Puthu Varuda Valthukkal


Húngaro
Kellemes Karacsonyi unnepeket


Bretão
Nedeleg laouen na bloavezh mat


Cantonês
Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun


Sueco
God Jul and (Och) Ett Gott Nytt Ar


Turco
Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun


Esloveno
Vesele Bozicne. Screcno Novo Leto


Árabe
I'D MIILAD SAID OUA SANA SAIDA


Polonês
Wesolych Swiat Bozego Narodzenia


Farsi
Cristmas-e-shoma mobarak bashad


Rapa-Nui
Mata-Ki-Te-Rangi. Te-Pito-O-Te-Henua


Cornish
Nadelik looan na looan blethen noweth


Mandarin
Kung His Hsin Nien bing Chu Shen Tan


Armênio
Shenoraavor Nor Dari yev Pari Gaghand


Celta
Nadolig Llawen a Blwyddyn Newydd Dda


Kala
Khristougena kai Eftikhes to Neon Etos


Escocês
Nollaig Chridheil agus Bliadhna Mhath Ur


Japonês
Shinnen omedeto. Kurisumasu Omedeto


Samoano
La Maunia Le Kilisimasi Ma Le Tausaga Fou


Basco
Zorionstsu Eguberri. Zoriontsu Urte Berri On


Tagalo
Maligayamg Pasko. Masaganang Bagong Taon


Holandês
Vrolijk Kerstfeest en een Gelukkig Nieuwjaar!


Zulu
Nginifisela inhlanhla ne mpumelelo e nyakeni.


Búlgaro
Tchestita Koleda; Tchestito Rojdestvo Hristovo


Checo
Prejeme Vam Vesele Vanoce a stastny Novy Rok


Leto
Priecigus Ziemas Svetkus un Laimigu Jauno Gadu


Cingalês
Subha nath thalak Vewa. Subha Aluth Awrudhak Vewa


Russo
Pozdrevlyayu s prazdnikom Rozhdestva i s Novim Godom


Frísio
Noflike Krystdagen en in protte Lok en Seine yn it Nije Jier!

Je sui

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Lambida ternura que carrego no peito fechado no casaco e enrolado no fio que trago dependurado ao pescoço.

Aquece-me o externo o alento do toque das tuas mãos, ferve-me o sangue no corpo na chegada do teu, vigorosa escultura escaldante que me comprime no abraço, desses braços, que me enrolam a cintura serpenteando vagas de desejo.

O beijo, o prometido e desejado beijo, que carregavas nos lábios, carnudos e apelativos como eu sabia conhecer, prenderam-me no tempo de uma tarde ao sol, onde o mar deixou de ser admirado e onde os meus olhos seguiam o rasto do teu pensamento.
Voluptuosa concentração carnal que me transporta à arrojada dimensão do sonho, onde me deito e deleito, na viagem das sensações...
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Ai o desejo…
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Je sui Freyja!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Pertinácia

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Balbucio na comprida descida do elevador, a frase que marca os movimentos: “Sorri, mas não demais!”. Repiso o léxico à velocidade dos decibéis debitados pelo mp3, que para qualquer lado que vá, onde me consentirem estar só, coisa raríssima, experimento o mundo como dimensionalmente distante.Vicissitude que almejo repetidamente no meu habitado dia-a-dia…

Saio do prédio e, atrás dos óculos escuros, os olhos dançam uma tribalíssima procura do rosto. Caminho até ao restaurante, atenta a todos os vultos, e peço a mesa do canto, onde me possibilito observar tudo discretamente, sem ser estorvada pela cordialidade que muitas vezes é a guilhotina dos sonhos. Sem nunca deixar de o ser, e porque ainda acredito na civilização, permito, confessamente por vezes de mau humor, um sorriso incomodado e irritado.
Repiso muitas vezes que, se soubessem que me roubam do Universo com levianas conversas, certamente não iriam repetir a proeza…
Faço do sorriso um perfeito dia de inverno chuvoso. Por vezes a descoberto, o sol surge forçado pelas nuvens, retomando o seu trajecto obscuro por detrás das mesmas. Assim é o sorriso ultimamente; uma aberta num dia de chuva. Vago, fugaz e nem sequer suficiente para aquecer. Puxo a cortina almofadada cinza chuva, e cinjo-me fervendo os meus pensamentos e viagens, bem mais interessantes que os raptos constantes à consciência…
Difícil é permitir dias de Verão, inundados de luz e calor. Se bem que tudo se torne mais cruel e simultaneamente mais belo, no mundo interno dos raciocínios e delírios.
Pouca coisa a realidade tem a oferecer. Nada de novo!
Não obstante, nunca declinei uma primeira oportunidade, ou muito dificilmente o faria, a qualquer alma que fosse, porque em tempos concluí que todos, mas rigorosamente todos, têm algo de novo a acrescentar, mais que não seja o formato do pensamento, mas duvidosamente o seu conteúdo… porque, francamente? É difícil encontrar originalidade naquilo em que acredito ser o mundo.
Intenciono ver a mesma coisa, a ilusão da mesmíssima coisa, experimentada em paletes variadas de diferentes gradações. Isso sim, proporciona o inédito da questão. Todos têm algo a acrescentar!
Francamente parece-me tristemente desolador a pertinência, a minha, de assumir tamanha arrogância perante os outros. Não que me incomode o que os outros reflectem acerca da minha postura, mas sim a remota conclusão a que chego. Aborreço-me à velocidade da luz! Procuro incessantemente o inédito intelectual e, aqui sim reside a lâmina afiada que trespassa o corpo, quando tudo se repete e em nada me estimula, acabo por abandonar a carcaça sorvida, ressequida da novidade.
Muitas das vezes opto pela eremitagem, selando o acesso à interrupção do meu raciocínio porque a capacidade de concentração, honestamente, já foi mais teimosa noutras idades…

Sou incessante na minha busca, no colmatar desta sede, que a conjectura resiste em me proporcionar, tornando-me consequentemente uma eremita residente no coração da cidade.

Acaso do destino, ou nem tanto, existem ainda certas almas que me inundam a mente de informação e conhecimento, tanto na forma, como no conteúdo, e fazem dos meus dias secos e frios, autênticos vulcões existenciais masturbados no intelecto.

A essas almas turbadas, nunca saberia declinar um bom convite para almoçar!
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sons

E porque há músicas assim, tradutoras, vos deixo esta amostra...


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Conversas nuas

Texto masturbado de um Post da minha queridíssima amiga Pearl.


" A cada prato servido, os talheres postos, o copo cheio do néctar dos Deuses, me sento à mesa pensando eu, também, acompanhada pela melhor das companhias.
Até que, por instinto feminino (ou nem tanto), reparo naqueles pequenos detalhes, naqueles quase insignificantes gestos, que me talham na memória as experiências passadas a ferro e fogo, e me relembram o que está para vir. È como se fosse uma sinalização gráfica de trânsito. Sabes sempre o significado daquilo tudo, mas por alguma razão, eu pessoalmente ignoro todos aqueles "vermelhos" e sigo em frente, arriscando um violento choque. E porquê tal "burrice"? Porque eu, no fundo, sou sempre e absolutamente crente, que um dia veja o referido sinal, que afinal de vermelho não tinha nada, a não ser a capa do medo.
Sigo em frente, com o cinto de segurança, sempre, airbags ON e agarrada ao volante com a determinação de um racer F1.
Ora qual a novidade no meio disto tudo?! A novidade é que me tenho espetado quase sempre! Mas quando faço o rescaldo do acidente, normalmente bastante violento, porque as minhas paixões assim o são, retiro sempre restos imortais da carcaça que resultou e penso exactamente, até quando, eu vou continuar a seguir em frente, até quando me aventuro à loucura da insanidade do sinal que conheço de antemão e mesmo assim a minha crença me empurra para a morte?!

Até ao dia em que eu feche os olhos para nunca mais os abrir.

Serei sempre guerreira que luta, desenfreadamente por sobreviver à tona desta água suja de relações pouco "seguras".

Serei sempre mulher que chora a cada embate, a cada embuste, a cada fracasso.
Mas acima de tudo, serei sempre uma sobrevivente de tudo e todos, dos que já foram e dos que estão para vir. Sempre, mas sempre, de cabeça erguida, sobrolho levantado e olhar de desdém, em frente, corajosa, para que no próximo embate seja ainda mais violento!
Das duas uma, ou morro de vez, ou tenho uma sorte desgraçada e não chego sequer a bater. E é agarrada a esta última que corro, que nem racer F1, para o abismo que são os outros!

Resultado, e muito pessoalmente? Cresce uma raiva e uma revolta brutal, que francamente me avassala a alma muitas vezes, mas que me faz mover, me produz a sinergia para o movimento, para o despertar e correr.
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Recuerdos - II

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Com toda a certeza, há memórias só nossas, de coisas pequenas, ou de pequenas coisas, que afinal, de pequenas nada têm. Talvez porque lemos a coisa pequena, ou a pequena coisa, e essa mesma coisa se traduziu numa grande coisa repleta de significados...
Mas no fundo, não passa de uma pequena coisa, ou coisa pequena...

Não sei se consigo perpetuar muito mais tempo as memórias sem que haja uma repercussão presente. Memórias do que nunca vivi, nem senti, nem vi, ouvi ou cheirei…
Mas garantidamente são Recuerdos do que, espero eu, estará para vir...

Será que se consegue alimentar a alma eternamente só com as migalhas da Memória?



[Ill keep on trying to remake them... until one day. That day, all the flowers will fall a sleep, and the trees will break, the sky will stop and the river will dry. 'Till that day come, ill keep up with the remaking of the story of my life...]

sábado, 13 de dezembro de 2008

Recuerdos



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A sombra que arrasto nos pés passeia-me na calçada ladrilhada dos meus pensamentos. Procuro a cor nos monocromáticos vultos que flutuam nas esquinas e beirais, mas a cor não se surge recta. Tal como os olhares, oblíquos sentires murmuram conjecturas fúteis na construção da imagem.


Monocromática.


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Prossigo, correndo no raciocínio veloz que se faz acompanhar nos passos, na névoa que se carrega na próxima esquina, eclispo-me sem deixar rasto.
Quem viu? Quem se lembrará?


Eu, certamente recordarei...


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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Almost



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All the shadows of a world


sorrounds de body,


floating,


all the strenghts of a human,


fights through the waves,


merging,


only one hand, only you can see,


screaming,


beyond the far and distance see.


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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

10 Dezembro 1998

No topo da ignorância, que afinal se releva infantilmente enevoada, deparo-me com as oficiosas comunicações sociais dos maiores devaneios político-económicos deste país em nada democrata. Isto claro pensando pequenino, como o é o hábito da maioria do ser humano.

A alienação devido à proporção da causa parece-me evidente, no entanto, alienação não obstante da desinformação surge como uma resposta difusa perante o tecer da conspiração.

Que participação realista será inevitável perante o desenrolar de tamanha trama?

Recosto-me na cadeira, bebo mais um gole do café, alimentado o corpo e o loby, e declino qualquer tipo de participação na costura dessa teia que nos enlaça a todos, mais ou menos conscientes.

Dessa forma vos deixo, distribuído gratuitamente com a compra de um Jornal Diário comum, um pequeno prelúdio escrito pela mente de José Saramago referente à “Declaração Universal dos Direito Humanos”.

“ Por toda a parte, num último e talvez desesperado intento para travar a ameaça, milhões de pessoas decidiram descer à rua em Março de 2003 a fim de protestar contra a iminente invasão do Iraque. Não lhes serviu de nada. Cinco anos passaram já e o estado de guerra continua, prevendo-se agora, resta saber com que fundamento, que os ocupantes norte-americanos se retirarão do país em 2011. Vencidas, de alguma maneira humilhadas, essas pessoas, milhões, repito, regressaram às suas casas sob o peso de mais uma desoladora das frustrações. De umas delas, quase em lágrimas, ouvi então esta ansiosa pergunta: «E agora, que fazemos, que podemos nós fazer?» Quase sem ter de pensar, respondi-lhe: «Queres uma causa? Tens aí os direitos humanos.» A sugestão foi recebida sem entusiasmo, quase com indiferença, o que não me surpreendeu, dado que a questão dos direitos humanos é geralmente entendida como algo remoto, fora do alcance, uma outra espécie de utopia, inacessível como quase todas. Na verdade, não me consta que a minha lacrimosa interlocutora haja seguido o conselho…
Há dez anos, em Estocolmo, precisamente no dia 10 de Dezembro de 1998, quando em todo o mundo se estavam celebrando os cinquenta anos sobre a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, chamei a atenção dos mil e duzentos convidados que participavam no banquete de encerramento dos actos solenes relacionados com a atribuição do Prémio Nobel, para a situação em que os ditos direitos se encontravam, ignorados na prática pelos governos, desprezados grosseiramente pelos poderes económicos e financeiros soberanos, perante a apatia geral de uma sociedade, que, no fundo da sua consciência, talvez já não acredite, se alguma vez teve essa ilusão, no cumprimento ao menos satisfatório dos preceitos consignados naquele documento.
A situação não melhorou ao longo destes anos, podemos até dizer que se agravou seriamente, ao ponto de já nos parecerem despropositadas, em todos os sentidos, quaisquer manifestações públicas em redor da efeméride. O mundo não daria pela falta se a Declaração fosse dada amanhã como nula e inexistente. O seu desaparecimento físico viria apenas confirmar a realidade objectiva da ineficácia de um texto cheio de boas intenções, reduzidas hoje a zero pela inoperância das entidades políticas responsáveis, a começar pelos governos e a terminar nas próprias Nações Unidas.
E, contudo, a nós, cidadãos comuns, não nos resta outra atitude que defender por todos os meios a Declaração Universal dos Direito Humanos e exigir em todos os foros o seu urgente cumprimento, sob pena, persistindo a passividade colectiva, de vir a perder-se a própria noção de direito em matéria tão importante como a plena realização da pessoa. È necessário que se torne em evidência e em instrumento de acção política este simples axioma: «É certo que sem democracia não poderia haver direitos humanos, mas também não é menos certo que sem direitos humanos não poderá haver democracia.» Sim, leram bem, sem direitos humanos não haverá democracia digna desse nome. Portanto, lutar pelos direitos humanos é, em última análise, lutar pela democracia. “

José Saramago

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Agorofobia

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Inóspita divisão claustrofóbica proporcionada pela imensidão dos m2 de uma divisão branca, que afinal se revela minimalista perante grandiosidades presentes.

Considero-a vaga e remota toda e qualquer explanação objectiva da fundamentação existencialista dos acontecimentos.

Inglório é o esforço da mente e do raciocínio levado a cabo pela gruta húmida e escura da consciência que se releva inconsciente mediante a antevisão global.

Frustração, a da conspiração da realização do ser.
Deprimente, a desgarrada luta pela concretização.

Gloriosa é a batalha, corajosa é a persistência na efectivação.


Finalizando as forças pelo pestanejar, olharei sempre em frente, em frente do mar.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Tranças

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Desejasse a fusão, o uníssono orgasmo arrebatador da absoluta entrega na semelhança do anseio, dos pensamentos e almas, que se cruzam, enlaçam e entrelaçam cosendo uma trança, de 3 mechas de cabelo.
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A minha, a tua e a nossa...
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Aperto, as voltas, com força para que não se soltem, não deslizem, nem desapareçam.
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Puxo com força cada volta como se te atasse ao meu vaticínio.
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Prego-te a mim, no aconchego das nossas palavras, na violência do nosso querer.
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Puxo com força, dou mais uma volta….
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Envolvo os braços em volta do teu peito, candente.
O teu batimento cardíaco ao meu ouvido faz os meus pulmões procurarem a expansão, o peito rugir, o sangue correr, fervendo, absorto no teu cheiro, na tua essência.
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Puxo, puxo com força mais uma volta…
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Entrelaço a minha perna na tua, e puxo, puxo-te com determinante doçura o teu corpo para o meu… sinto a tua coxa a roçar na minha e a tua mão, imponente, que segura a parte inferior da minha coxa enquanto magneticamente, as minhas ancas encontram o perfeite encaixe nas tuas.
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Puxa, puxa com força, que eu vou fazendo uma trança de 3 mechas de cabelo.
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No fim, não sufoco com um mero enfeite. Selo-a com um beijo meu, molhado no teu.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Learn to Swim, will you?


Tool - Album Ænima

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Ænema

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Some say the end is near. Some say we'll see armageddon soon. I certainly hope we will. I sure could use a vacation from this bullshit three ring circus sideshow of Freaks here in this hopeless fucking hole we call LA The only way to fix it is to flush it all away. Any fucking time. Any fucking day. Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay. Fret for your figure and Fret for your latte and Fret for your hairpiece and Fret for your lawsuit and Fret for your prozac and Fret for your pilot and Fret for your contract and Fret for your car. It's a bullshit three ring circus sideshow of freaks here in this hopeless fucking hole we call LA The only way to fix it is to flush it all away. Any fucking time. Any fucking day. Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay. Some say a comet will fall from the sky. Followed by meteor showers and tidal waves. Followed by faultlines that cannot sit still. Followed by millions of dumbfounded dipshits. Some say the end is near. Some say we'll see armageddon soon. I certainly hope we will cuz I sure could use a vacation from this Silly shit, stupid shit... One great big festering neon distraction, I've a suggestion to keep you all occupied. Learn to swim. Mom's gonna fix it all soon. Mom's comin' round to put it back the way it ought to be. Learn to swim. Fuck L Ron Hubbard and Fuck all his clones. Fuck all those gun-toting Hip gangster wannabes. Learn to swim. Fuck retro anything. Fuck your tattoos. Fuck all you junkies and Fuck your short memory. Learn to swim. Fuck smiley glad-hands With hidden agendas. Fuck these dysfunctional, Insecure actresses. Learn to swim. Cuz I'm praying for rain and I'm praying for tidal waves I wanna see the ground give way. I wanna watch it all go down. Mom please flush it all away. I wanna watch it go right in and down. I wanna watch it go right in. Watch you flush it all away. Time to bring it down again. Don't just call me pessimist. Try and read between the lines. I can't imagine why you wouldn't Welcome any change, my friend. I wanna see it all come down. suck it down. flush it down.

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Toughts...


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Sento-me, na velha cadeira de braços desmaiados e encosto a cabeça no desgastado tecido desbotado. Acendo mais um, e respiro-o à janela semi-aberta espreitando o silêncio das horas, dos dias... Transpira o vidro pela temperatura quase negativa que se respira lá fora. Inspiro mais um bafo, solto mais um acorde dos meus pensamentos e digiro mais uma noite de incontrolável turbilhão suspenso no fio da navalha, onde se corta, em fina fatias delicadas, o desejo, como se tratasse de uma película de um filme, que revejo, vezes sem fim nas suas inúmeras possibilidades de pós-produção…
Com os dedos desenho na janela os nomes que o sonho tem no replay, sonante, constante e gritante, ao meu ouvido. Poisado no meu ombro esquerdo, rubro e fervente balbucia os nomes com o seu bafo quente no exalado perfume morno do pescoço… Escorre a humidade pelo vidro, como se de o próprio suor na tez se tratasse, e viajo nas gotas que me transportam à criação do mundo, lânguido, húmido e transcendente…

Esboço um sorriso, dou pelo cigarro ardido, no meio dos dedos irrequietos e risco mais um dia do calendário…
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