quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Conversas nuas

Texto masturbado de um Post da minha queridíssima amiga Pearl.


" A cada prato servido, os talheres postos, o copo cheio do néctar dos Deuses, me sento à mesa pensando eu, também, acompanhada pela melhor das companhias.
Até que, por instinto feminino (ou nem tanto), reparo naqueles pequenos detalhes, naqueles quase insignificantes gestos, que me talham na memória as experiências passadas a ferro e fogo, e me relembram o que está para vir. È como se fosse uma sinalização gráfica de trânsito. Sabes sempre o significado daquilo tudo, mas por alguma razão, eu pessoalmente ignoro todos aqueles "vermelhos" e sigo em frente, arriscando um violento choque. E porquê tal "burrice"? Porque eu, no fundo, sou sempre e absolutamente crente, que um dia veja o referido sinal, que afinal de vermelho não tinha nada, a não ser a capa do medo.
Sigo em frente, com o cinto de segurança, sempre, airbags ON e agarrada ao volante com a determinação de um racer F1.
Ora qual a novidade no meio disto tudo?! A novidade é que me tenho espetado quase sempre! Mas quando faço o rescaldo do acidente, normalmente bastante violento, porque as minhas paixões assim o são, retiro sempre restos imortais da carcaça que resultou e penso exactamente, até quando, eu vou continuar a seguir em frente, até quando me aventuro à loucura da insanidade do sinal que conheço de antemão e mesmo assim a minha crença me empurra para a morte?!

Até ao dia em que eu feche os olhos para nunca mais os abrir.

Serei sempre guerreira que luta, desenfreadamente por sobreviver à tona desta água suja de relações pouco "seguras".

Serei sempre mulher que chora a cada embate, a cada embuste, a cada fracasso.
Mas acima de tudo, serei sempre uma sobrevivente de tudo e todos, dos que já foram e dos que estão para vir. Sempre, mas sempre, de cabeça erguida, sobrolho levantado e olhar de desdém, em frente, corajosa, para que no próximo embate seja ainda mais violento!
Das duas uma, ou morro de vez, ou tenho uma sorte desgraçada e não chego sequer a bater. E é agarrada a esta última que corro, que nem racer F1, para o abismo que são os outros!

Resultado, e muito pessoalmente? Cresce uma raiva e uma revolta brutal, que francamente me avassala a alma muitas vezes, mas que me faz mover, me produz a sinergia para o movimento, para o despertar e correr.
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2 comentários:

Pearl disse...

Já tinha lido lá mas aqui no teu mundo tem outra dimensão, muito mais forte!!
Sabes...muitas vezes sinto-me uma gaja cheia de coragem e guerreira destemida outras nem tanto e é aí que me apetece render-me, deixar-me ficar à mercê do que há-de vir, mas sou muito teimosa para isso.

E tal como tu estou sempre na corrida à espera que tudo corra bem e eu não me acidente no fim!!

Obrigada!

Desejo que sejas veloz e que saias ilesa desta corrida que se chama Vida!!

Abraço apertado e um beijo enorme!

Anónimo disse...

«Cresce uma raiva e uma revolta brutal, que francamente me avassala a alma muitas vezes, mas que me faz mover, me produz a sinergia para o movimento, para o despertar e correr.»


Não será isto, (sobre)VIVER?!
Caminhar na direcção de algo desconhecendo-lhe o destino é aliciante, mesmo que saibamos as consequências ou os perigos do mesmo. É ser-se HUMANO testando os limites da nossa existência(?!).



Beijos.