segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Fado




Quando me sinto só,
Como tu me deixaste,
Mais só que um vagabundo
Num banco de jardim
É quando tenho dó,
De mim e por contraste
Eu tenho ódio ao mundo
Que nos separa assim.

Quando me sinto só
Sabe-me a boca a fado
Lamento de quem chora
A sua triste mágoa
Rastejando no pó
Meu coração cansado
Lembra uma velha nora
Morrendo à sede de água.

P'ra que não façam pouco
Procuro não gritar
A quem pergunta minto
Não quero que tenham dó
Num egoísmo louco
Eu chego a desejar
Que sintas o que sinto
Quando me sinto só.

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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Save Me...

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Agonio-me agora, neste vómito ácido do veneno que me injectam…
Contorço-me nas convulsões da dor da alma.
Dói-me o corpo,
(Que não acalma…)
Dói-me os neurónios,
Dói-me a existência…
Queria somente acabar com esta incongruência
Dar asas á minha maquiavélica essência…

Preciso de me exorcizar,
Soltar os demónios e corromper-te vezes em conta
Preciso que me tragas à vida inúmeras vezes…
Mata-me e ressuscita-me na evasão do que come por dentro...

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"Save me, I'm in a sea of beings
And there's no deny - the waves are holding me under
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I'm drowning in a thousand faces
Alien expressions over and over again
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I'm trying to scream but I can't exhale
The world seems to spin as I'm left on this square
With no will to hold on
Am I the only one crushed by the weight of the world?
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Save me...
I think I've swallowed more than I can comprehend
A soul laid low
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A soul has lost its faith again, wide awake in this hole
A maggot on a plate again, wide awake in this hole
A soul has lost its faith again
I've lost myself too long
Am I the only one crushed by the weight of the world?"
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Antimatter - Planetary Confinement - The Weight of the World.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Feliz Natalinho...


Português
Feliz Natal


Islandês
Gledileg Jol


Dinamarquês
Gladelig Jul


Francês
Joyeux Noel


Croata
Sretan Bozic


Finlandês
Hyvaa joulua


Espanhol
Feliz Navidad!


Romeno
Craciun Fericit


Sérvio
Hristos se rodi


Galês
Nadolig Llawen


Maori
Meri Kirihimete


Boêmio
Vesele Vanoce


Lituano
Linksmu Kaledu


Havaiano
Mele Kalikimaka


Inglês
Merry Christmas


Tailandês
Sawadee Pee Mai


Esperanto
Gajan Kristnaskon


Coreano
Sung Tan Chuk Ha


Indonésio
Selamat Hari Natal


Albanês
Gezuar Krishtlindje


Irlandês
Nollaig Shona Dhuit


Grego
Kala Christouyenna!


Estoniano
Roomsaid Joulu Puhi


Hindi
Bada Din Mubarak Ho


Urdu
Naya Saal Mubarak Ho


Italiano
Buone Feste Natalizie


Cree
Mitho Makosi Kesikansi


Hebraico
Chag hamolad sameach


Alemão
Froehliche Weihnachten


Viatnamita
Chung Mung Giang Sinh


Norueguês
God Jul Og Godt Nytt Aar


Ucraniano
Srozhdestvom Kristovym


Bengali
Bodo Din Shubh Lamona


Iraquiano
Saidan Wa Sanah Jadidah


Eslovaco
Sretan Bozic or Vesele vianoce


Manês
Nollick ghennal as blein vie noa


Tâmil
Nathar Puthu Varuda Valthukkal


Húngaro
Kellemes Karacsonyi unnepeket


Bretão
Nedeleg laouen na bloavezh mat


Cantonês
Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun


Sueco
God Jul and (Och) Ett Gott Nytt Ar


Turco
Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun


Esloveno
Vesele Bozicne. Screcno Novo Leto


Árabe
I'D MIILAD SAID OUA SANA SAIDA


Polonês
Wesolych Swiat Bozego Narodzenia


Farsi
Cristmas-e-shoma mobarak bashad


Rapa-Nui
Mata-Ki-Te-Rangi. Te-Pito-O-Te-Henua


Cornish
Nadelik looan na looan blethen noweth


Mandarin
Kung His Hsin Nien bing Chu Shen Tan


Armênio
Shenoraavor Nor Dari yev Pari Gaghand


Celta
Nadolig Llawen a Blwyddyn Newydd Dda


Kala
Khristougena kai Eftikhes to Neon Etos


Escocês
Nollaig Chridheil agus Bliadhna Mhath Ur


Japonês
Shinnen omedeto. Kurisumasu Omedeto


Samoano
La Maunia Le Kilisimasi Ma Le Tausaga Fou


Basco
Zorionstsu Eguberri. Zoriontsu Urte Berri On


Tagalo
Maligayamg Pasko. Masaganang Bagong Taon


Holandês
Vrolijk Kerstfeest en een Gelukkig Nieuwjaar!


Zulu
Nginifisela inhlanhla ne mpumelelo e nyakeni.


Búlgaro
Tchestita Koleda; Tchestito Rojdestvo Hristovo


Checo
Prejeme Vam Vesele Vanoce a stastny Novy Rok


Leto
Priecigus Ziemas Svetkus un Laimigu Jauno Gadu


Cingalês
Subha nath thalak Vewa. Subha Aluth Awrudhak Vewa


Russo
Pozdrevlyayu s prazdnikom Rozhdestva i s Novim Godom


Frísio
Noflike Krystdagen en in protte Lok en Seine yn it Nije Jier!

Je sui

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Lambida ternura que carrego no peito fechado no casaco e enrolado no fio que trago dependurado ao pescoço.

Aquece-me o externo o alento do toque das tuas mãos, ferve-me o sangue no corpo na chegada do teu, vigorosa escultura escaldante que me comprime no abraço, desses braços, que me enrolam a cintura serpenteando vagas de desejo.

O beijo, o prometido e desejado beijo, que carregavas nos lábios, carnudos e apelativos como eu sabia conhecer, prenderam-me no tempo de uma tarde ao sol, onde o mar deixou de ser admirado e onde os meus olhos seguiam o rasto do teu pensamento.
Voluptuosa concentração carnal que me transporta à arrojada dimensão do sonho, onde me deito e deleito, na viagem das sensações...
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Ai o desejo…
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Je sui Freyja!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Pertinácia

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Balbucio na comprida descida do elevador, a frase que marca os movimentos: “Sorri, mas não demais!”. Repiso o léxico à velocidade dos decibéis debitados pelo mp3, que para qualquer lado que vá, onde me consentirem estar só, coisa raríssima, experimento o mundo como dimensionalmente distante.Vicissitude que almejo repetidamente no meu habitado dia-a-dia…

Saio do prédio e, atrás dos óculos escuros, os olhos dançam uma tribalíssima procura do rosto. Caminho até ao restaurante, atenta a todos os vultos, e peço a mesa do canto, onde me possibilito observar tudo discretamente, sem ser estorvada pela cordialidade que muitas vezes é a guilhotina dos sonhos. Sem nunca deixar de o ser, e porque ainda acredito na civilização, permito, confessamente por vezes de mau humor, um sorriso incomodado e irritado.
Repiso muitas vezes que, se soubessem que me roubam do Universo com levianas conversas, certamente não iriam repetir a proeza…
Faço do sorriso um perfeito dia de inverno chuvoso. Por vezes a descoberto, o sol surge forçado pelas nuvens, retomando o seu trajecto obscuro por detrás das mesmas. Assim é o sorriso ultimamente; uma aberta num dia de chuva. Vago, fugaz e nem sequer suficiente para aquecer. Puxo a cortina almofadada cinza chuva, e cinjo-me fervendo os meus pensamentos e viagens, bem mais interessantes que os raptos constantes à consciência…
Difícil é permitir dias de Verão, inundados de luz e calor. Se bem que tudo se torne mais cruel e simultaneamente mais belo, no mundo interno dos raciocínios e delírios.
Pouca coisa a realidade tem a oferecer. Nada de novo!
Não obstante, nunca declinei uma primeira oportunidade, ou muito dificilmente o faria, a qualquer alma que fosse, porque em tempos concluí que todos, mas rigorosamente todos, têm algo de novo a acrescentar, mais que não seja o formato do pensamento, mas duvidosamente o seu conteúdo… porque, francamente? É difícil encontrar originalidade naquilo em que acredito ser o mundo.
Intenciono ver a mesma coisa, a ilusão da mesmíssima coisa, experimentada em paletes variadas de diferentes gradações. Isso sim, proporciona o inédito da questão. Todos têm algo a acrescentar!
Francamente parece-me tristemente desolador a pertinência, a minha, de assumir tamanha arrogância perante os outros. Não que me incomode o que os outros reflectem acerca da minha postura, mas sim a remota conclusão a que chego. Aborreço-me à velocidade da luz! Procuro incessantemente o inédito intelectual e, aqui sim reside a lâmina afiada que trespassa o corpo, quando tudo se repete e em nada me estimula, acabo por abandonar a carcaça sorvida, ressequida da novidade.
Muitas das vezes opto pela eremitagem, selando o acesso à interrupção do meu raciocínio porque a capacidade de concentração, honestamente, já foi mais teimosa noutras idades…

Sou incessante na minha busca, no colmatar desta sede, que a conjectura resiste em me proporcionar, tornando-me consequentemente uma eremita residente no coração da cidade.

Acaso do destino, ou nem tanto, existem ainda certas almas que me inundam a mente de informação e conhecimento, tanto na forma, como no conteúdo, e fazem dos meus dias secos e frios, autênticos vulcões existenciais masturbados no intelecto.

A essas almas turbadas, nunca saberia declinar um bom convite para almoçar!
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sons

E porque há músicas assim, tradutoras, vos deixo esta amostra...


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Conversas nuas

Texto masturbado de um Post da minha queridíssima amiga Pearl.


" A cada prato servido, os talheres postos, o copo cheio do néctar dos Deuses, me sento à mesa pensando eu, também, acompanhada pela melhor das companhias.
Até que, por instinto feminino (ou nem tanto), reparo naqueles pequenos detalhes, naqueles quase insignificantes gestos, que me talham na memória as experiências passadas a ferro e fogo, e me relembram o que está para vir. È como se fosse uma sinalização gráfica de trânsito. Sabes sempre o significado daquilo tudo, mas por alguma razão, eu pessoalmente ignoro todos aqueles "vermelhos" e sigo em frente, arriscando um violento choque. E porquê tal "burrice"? Porque eu, no fundo, sou sempre e absolutamente crente, que um dia veja o referido sinal, que afinal de vermelho não tinha nada, a não ser a capa do medo.
Sigo em frente, com o cinto de segurança, sempre, airbags ON e agarrada ao volante com a determinação de um racer F1.
Ora qual a novidade no meio disto tudo?! A novidade é que me tenho espetado quase sempre! Mas quando faço o rescaldo do acidente, normalmente bastante violento, porque as minhas paixões assim o são, retiro sempre restos imortais da carcaça que resultou e penso exactamente, até quando, eu vou continuar a seguir em frente, até quando me aventuro à loucura da insanidade do sinal que conheço de antemão e mesmo assim a minha crença me empurra para a morte?!

Até ao dia em que eu feche os olhos para nunca mais os abrir.

Serei sempre guerreira que luta, desenfreadamente por sobreviver à tona desta água suja de relações pouco "seguras".

Serei sempre mulher que chora a cada embate, a cada embuste, a cada fracasso.
Mas acima de tudo, serei sempre uma sobrevivente de tudo e todos, dos que já foram e dos que estão para vir. Sempre, mas sempre, de cabeça erguida, sobrolho levantado e olhar de desdém, em frente, corajosa, para que no próximo embate seja ainda mais violento!
Das duas uma, ou morro de vez, ou tenho uma sorte desgraçada e não chego sequer a bater. E é agarrada a esta última que corro, que nem racer F1, para o abismo que são os outros!

Resultado, e muito pessoalmente? Cresce uma raiva e uma revolta brutal, que francamente me avassala a alma muitas vezes, mas que me faz mover, me produz a sinergia para o movimento, para o despertar e correr.
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Recuerdos - II

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Com toda a certeza, há memórias só nossas, de coisas pequenas, ou de pequenas coisas, que afinal, de pequenas nada têm. Talvez porque lemos a coisa pequena, ou a pequena coisa, e essa mesma coisa se traduziu numa grande coisa repleta de significados...
Mas no fundo, não passa de uma pequena coisa, ou coisa pequena...

Não sei se consigo perpetuar muito mais tempo as memórias sem que haja uma repercussão presente. Memórias do que nunca vivi, nem senti, nem vi, ouvi ou cheirei…
Mas garantidamente são Recuerdos do que, espero eu, estará para vir...

Será que se consegue alimentar a alma eternamente só com as migalhas da Memória?



[Ill keep on trying to remake them... until one day. That day, all the flowers will fall a sleep, and the trees will break, the sky will stop and the river will dry. 'Till that day come, ill keep up with the remaking of the story of my life...]

sábado, 13 de dezembro de 2008

Recuerdos



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A sombra que arrasto nos pés passeia-me na calçada ladrilhada dos meus pensamentos. Procuro a cor nos monocromáticos vultos que flutuam nas esquinas e beirais, mas a cor não se surge recta. Tal como os olhares, oblíquos sentires murmuram conjecturas fúteis na construção da imagem.


Monocromática.


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Prossigo, correndo no raciocínio veloz que se faz acompanhar nos passos, na névoa que se carrega na próxima esquina, eclispo-me sem deixar rasto.
Quem viu? Quem se lembrará?


Eu, certamente recordarei...


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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Almost



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All the shadows of a world


sorrounds de body,


floating,


all the strenghts of a human,


fights through the waves,


merging,


only one hand, only you can see,


screaming,


beyond the far and distance see.


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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

10 Dezembro 1998

No topo da ignorância, que afinal se releva infantilmente enevoada, deparo-me com as oficiosas comunicações sociais dos maiores devaneios político-económicos deste país em nada democrata. Isto claro pensando pequenino, como o é o hábito da maioria do ser humano.

A alienação devido à proporção da causa parece-me evidente, no entanto, alienação não obstante da desinformação surge como uma resposta difusa perante o tecer da conspiração.

Que participação realista será inevitável perante o desenrolar de tamanha trama?

Recosto-me na cadeira, bebo mais um gole do café, alimentado o corpo e o loby, e declino qualquer tipo de participação na costura dessa teia que nos enlaça a todos, mais ou menos conscientes.

Dessa forma vos deixo, distribuído gratuitamente com a compra de um Jornal Diário comum, um pequeno prelúdio escrito pela mente de José Saramago referente à “Declaração Universal dos Direito Humanos”.

“ Por toda a parte, num último e talvez desesperado intento para travar a ameaça, milhões de pessoas decidiram descer à rua em Março de 2003 a fim de protestar contra a iminente invasão do Iraque. Não lhes serviu de nada. Cinco anos passaram já e o estado de guerra continua, prevendo-se agora, resta saber com que fundamento, que os ocupantes norte-americanos se retirarão do país em 2011. Vencidas, de alguma maneira humilhadas, essas pessoas, milhões, repito, regressaram às suas casas sob o peso de mais uma desoladora das frustrações. De umas delas, quase em lágrimas, ouvi então esta ansiosa pergunta: «E agora, que fazemos, que podemos nós fazer?» Quase sem ter de pensar, respondi-lhe: «Queres uma causa? Tens aí os direitos humanos.» A sugestão foi recebida sem entusiasmo, quase com indiferença, o que não me surpreendeu, dado que a questão dos direitos humanos é geralmente entendida como algo remoto, fora do alcance, uma outra espécie de utopia, inacessível como quase todas. Na verdade, não me consta que a minha lacrimosa interlocutora haja seguido o conselho…
Há dez anos, em Estocolmo, precisamente no dia 10 de Dezembro de 1998, quando em todo o mundo se estavam celebrando os cinquenta anos sobre a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, chamei a atenção dos mil e duzentos convidados que participavam no banquete de encerramento dos actos solenes relacionados com a atribuição do Prémio Nobel, para a situação em que os ditos direitos se encontravam, ignorados na prática pelos governos, desprezados grosseiramente pelos poderes económicos e financeiros soberanos, perante a apatia geral de uma sociedade, que, no fundo da sua consciência, talvez já não acredite, se alguma vez teve essa ilusão, no cumprimento ao menos satisfatório dos preceitos consignados naquele documento.
A situação não melhorou ao longo destes anos, podemos até dizer que se agravou seriamente, ao ponto de já nos parecerem despropositadas, em todos os sentidos, quaisquer manifestações públicas em redor da efeméride. O mundo não daria pela falta se a Declaração fosse dada amanhã como nula e inexistente. O seu desaparecimento físico viria apenas confirmar a realidade objectiva da ineficácia de um texto cheio de boas intenções, reduzidas hoje a zero pela inoperância das entidades políticas responsáveis, a começar pelos governos e a terminar nas próprias Nações Unidas.
E, contudo, a nós, cidadãos comuns, não nos resta outra atitude que defender por todos os meios a Declaração Universal dos Direito Humanos e exigir em todos os foros o seu urgente cumprimento, sob pena, persistindo a passividade colectiva, de vir a perder-se a própria noção de direito em matéria tão importante como a plena realização da pessoa. È necessário que se torne em evidência e em instrumento de acção política este simples axioma: «É certo que sem democracia não poderia haver direitos humanos, mas também não é menos certo que sem direitos humanos não poderá haver democracia.» Sim, leram bem, sem direitos humanos não haverá democracia digna desse nome. Portanto, lutar pelos direitos humanos é, em última análise, lutar pela democracia. “

José Saramago

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Agorofobia

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Inóspita divisão claustrofóbica proporcionada pela imensidão dos m2 de uma divisão branca, que afinal se revela minimalista perante grandiosidades presentes.

Considero-a vaga e remota toda e qualquer explanação objectiva da fundamentação existencialista dos acontecimentos.

Inglório é o esforço da mente e do raciocínio levado a cabo pela gruta húmida e escura da consciência que se releva inconsciente mediante a antevisão global.

Frustração, a da conspiração da realização do ser.
Deprimente, a desgarrada luta pela concretização.

Gloriosa é a batalha, corajosa é a persistência na efectivação.


Finalizando as forças pelo pestanejar, olharei sempre em frente, em frente do mar.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Tranças

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Desejasse a fusão, o uníssono orgasmo arrebatador da absoluta entrega na semelhança do anseio, dos pensamentos e almas, que se cruzam, enlaçam e entrelaçam cosendo uma trança, de 3 mechas de cabelo.
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A minha, a tua e a nossa...
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Aperto, as voltas, com força para que não se soltem, não deslizem, nem desapareçam.
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Puxo com força cada volta como se te atasse ao meu vaticínio.
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Prego-te a mim, no aconchego das nossas palavras, na violência do nosso querer.
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Puxo com força, dou mais uma volta….
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Envolvo os braços em volta do teu peito, candente.
O teu batimento cardíaco ao meu ouvido faz os meus pulmões procurarem a expansão, o peito rugir, o sangue correr, fervendo, absorto no teu cheiro, na tua essência.
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Puxo, puxo com força mais uma volta…
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Entrelaço a minha perna na tua, e puxo, puxo-te com determinante doçura o teu corpo para o meu… sinto a tua coxa a roçar na minha e a tua mão, imponente, que segura a parte inferior da minha coxa enquanto magneticamente, as minhas ancas encontram o perfeite encaixe nas tuas.
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Puxa, puxa com força, que eu vou fazendo uma trança de 3 mechas de cabelo.
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No fim, não sufoco com um mero enfeite. Selo-a com um beijo meu, molhado no teu.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Learn to Swim, will you?


Tool - Album Ænima

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Ænema

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Some say the end is near. Some say we'll see armageddon soon. I certainly hope we will. I sure could use a vacation from this bullshit three ring circus sideshow of Freaks here in this hopeless fucking hole we call LA The only way to fix it is to flush it all away. Any fucking time. Any fucking day. Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay. Fret for your figure and Fret for your latte and Fret for your hairpiece and Fret for your lawsuit and Fret for your prozac and Fret for your pilot and Fret for your contract and Fret for your car. It's a bullshit three ring circus sideshow of freaks here in this hopeless fucking hole we call LA The only way to fix it is to flush it all away. Any fucking time. Any fucking day. Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay. Some say a comet will fall from the sky. Followed by meteor showers and tidal waves. Followed by faultlines that cannot sit still. Followed by millions of dumbfounded dipshits. Some say the end is near. Some say we'll see armageddon soon. I certainly hope we will cuz I sure could use a vacation from this Silly shit, stupid shit... One great big festering neon distraction, I've a suggestion to keep you all occupied. Learn to swim. Mom's gonna fix it all soon. Mom's comin' round to put it back the way it ought to be. Learn to swim. Fuck L Ron Hubbard and Fuck all his clones. Fuck all those gun-toting Hip gangster wannabes. Learn to swim. Fuck retro anything. Fuck your tattoos. Fuck all you junkies and Fuck your short memory. Learn to swim. Fuck smiley glad-hands With hidden agendas. Fuck these dysfunctional, Insecure actresses. Learn to swim. Cuz I'm praying for rain and I'm praying for tidal waves I wanna see the ground give way. I wanna watch it all go down. Mom please flush it all away. I wanna watch it go right in and down. I wanna watch it go right in. Watch you flush it all away. Time to bring it down again. Don't just call me pessimist. Try and read between the lines. I can't imagine why you wouldn't Welcome any change, my friend. I wanna see it all come down. suck it down. flush it down.

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Toughts...


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Sento-me, na velha cadeira de braços desmaiados e encosto a cabeça no desgastado tecido desbotado. Acendo mais um, e respiro-o à janela semi-aberta espreitando o silêncio das horas, dos dias... Transpira o vidro pela temperatura quase negativa que se respira lá fora. Inspiro mais um bafo, solto mais um acorde dos meus pensamentos e digiro mais uma noite de incontrolável turbilhão suspenso no fio da navalha, onde se corta, em fina fatias delicadas, o desejo, como se tratasse de uma película de um filme, que revejo, vezes sem fim nas suas inúmeras possibilidades de pós-produção…
Com os dedos desenho na janela os nomes que o sonho tem no replay, sonante, constante e gritante, ao meu ouvido. Poisado no meu ombro esquerdo, rubro e fervente balbucia os nomes com o seu bafo quente no exalado perfume morno do pescoço… Escorre a humidade pelo vidro, como se de o próprio suor na tez se tratasse, e viajo nas gotas que me transportam à criação do mundo, lânguido, húmido e transcendente…

Esboço um sorriso, dou pelo cigarro ardido, no meio dos dedos irrequietos e risco mais um dia do calendário…
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008


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A realidade divide-se em duas plataformas planas, sobrepostas num fio de tempo vertical que se fundem no pensamento andrógeno do ser.

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Conjuga-se a dualidade na fusão dos passos e dos sons apalavrados da discórdia na melodia inaudível da sinfonia primordial e rasga-se o ser na conjuntura hipócrita actual.

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Aparentemente aparento a minha aparência, e para quem assim o entende, eternizarei essa aparência aparente de que na aparência reside a essência.
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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tonalidades

Regurgito neste cheiro.
neste vazio do Tudo...
Desdenho a tenacidade do surreal
Invado os pensamentos
desafino a cada nota,
a cada veio…

Sou monocórdica no murmúrio lírico
que se baba pelos dentes e morre nos lábios
enraízam os botões do ventre fechado
desbotam as cores dos vestidos
preto, branco e cinzento...

As mãos que se cruzam com os dedos,
Ao peito do alento cortante,
Circunscrevo a áurea gelatinosa que me envolve
Sumo-me e subtraio-me…



Eu sou uma cor monocórdica de um filme mudo dos anos 30


Je suis le rentré de la vie…

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Os dias


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A janela nada me diz,
Nada de novo me conta
A porta lembra-me somente o passar dos dias…

Caminho as mesmas calçadas,
O mesmo vento,
As mesmas folhas,
As pessoas nunca são as mesmas.

O frio, só esse é mais seco e gelado.

Só a música me acompanha.
Nos devaneios, nos passos, no passar.
Só ela permanece, fiel e segura.

Tudo muda, os pensares,
Os comportamentos,
Volátil petrificação de tudo.

Corro as cortinas dos meus olhos,
Fecho o casaco e seguro o cabelo.
O vento, sopra cada vez mais forte,
Eu estou cada vez mais leve…

Infiltra-se o silêncio…


Estou cada vez mais longe de tudo de todos.
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Água salgada

Espelho
Olhos nos olhos
mergulho no negro
Penetro na imagem reflectida da pupila
Observo...

Desbravo todas as minhas gavetas
voam os pensamentos no furacão
desorganizo-me constantemente

Olho mais fundo
encho o peito de ar e
arranco aquela gaveta...
espalho as fotos mentais
todas as palavras por escrever
Enfrento-me de frente, de vermelho.

Tudo pára por uns breves segundos,
O vento cala-se e a água sossega...
Congelo tudo á minha volta...
Afundo-me no meu olhar.


[Mais um poço de ódio…]

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Diurnas


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Observo a aparente quietude
respiro o suor dos vidros
transpiro o molhado da distância,
o vidro e o rio, nas janelas do barco…

Salpicam os resíduos nas janelas,
esmagam-se no assombro do imenso
afoitam-se violentas contra o pontão.

Sublime violência das gotas
alongam-se as correntes grossas de ferro,
sôfregas….
tudo de distende....

Anímicas sensibilidades
Sangradas à beira rio…



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O Rio embate contra o pontão…
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sábado, 8 de novembro de 2008

Sand castel Sand

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Fascina-me toda esta capacidade de inspiração das letras na tentativa de fusão.
Ora, mas que pretensiosismo relevado! Será possível absorver qualquer letra sem lhe sentir o contexto da frase e do texto?! Quando mais será possível absorver a essência do autor pelo simples ler?

Ora ora... afinal quem sou eu? Uma mera espectadora no meu blogue?

Resumo-me a uma qualquer leitura incongruente, descompassada no tempo e, acima de tudo incoerente.

E mesmo que assim se efectivasse, aspiraria eu à alternância da consciência, permitindo-me a escrita do que quer que fosse.

Ao menos que haja Sinceridade e Frontalidade! Mas também, para haver estes dois predicados no Sujeito teria de Haver á priori. Se assim fosse, seria a água mais cristalina. Para isso não estaríamos aqui, mas sim lá!

Afinal isto não é uma história de embalar com princípio, meio e fim, devidamente perspectivados.
Trata-se somente de um balanço existencial. Não tenho de ser coerente ao ponto de lhe enfiar um ponto final! Nem tão pouco faço questão. Aliás, isto é uma Never Ending Story…

Logo, a pretensão da absorção é de imediato posta de parte na base da sua incoerência.

Tudo isto me transporta ao inevitável Bicho da Madeira...

Chego ao ponto, que mais não passa de um Zero dimensional, de concluir a inutilidade de tudo...

Depressa relembro que a construção do castelo no ar se eleva à sua própria implosão.


È… e agora falava eu de quê?











Enraizam os pregos do existencialismo a cada dia de passa.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O quê?

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De que serve a contemplação se o desconhecido é o tudo que se transpõem á física, perante a cegueira?

Subestima-se a existência perante a dimensão arrojada da transparência que no fundo, mais não é do que um vidro fosco suado.

Independente da noção de estética de cada um, a presença física de algo turba positivamente ou negativamente, todo o raciocínio intrínseco ao ser humano.

Recorrendo a Exmo. Sr. José Saramago, plagio o Título: “Ensaio sobre a Cegueira”

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Plantações...

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Se, utopicamente fosse possível a Liberdade de Expressão, mandaria muito gente ir plantar alfaces para ao Evareste. Se isso assim fosse, desnecessário seria o bilhete.
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Hoje farto-me da explanação muda da conceptualização do cultivo.
Agonia-me a inveja recôndida escondida algures por entre os sovacos moles e secos da dormência.
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Irrita-me a ignorância perante a prioridade, a minha.
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Ide, ide ver as Novelas...
Ide sem regresso!
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Haja Respeito!
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domingo, 2 de novembro de 2008

Minimalismo




















Reparto-me na dualidade enraizada da certeza do que sou.

Respiro a convulsão existencial e acho-me na confiança desta congruência, onde me sento e observo.

No dilema da utopia implacavelmente estrangulada pelo enorme e copioso mundo, sento-me nesta cadeira gelada e húmida, e deparo-me com uma eremita ocasional do dogma utópico do paradigma existencial.

Silencio as palavras, que se demonstram minimalistas, feitas no pensamento e circulo no marasmo deste rio morto com a conclusão gravada no peito.

Observo.
Ignorando tudo e todos, o êxtase convulsional do existencialismo obriga à edificação da muralha, onde na matéria, se concluí a meta. O que se olvida, na consagração existencial, é o indelével compromisso narcisista da elevação onde se pretende perpetuar a continuidade.


Neste caso, relembrando o paradigma, na caverna da solidão. Ou será que não?




Eu sei que etérea é a minha conclusão.
Concluo que se trata de um marasmo e não de uma tranquilidade gloriosa.











Racionalizarão a eternização existencial como se de um suspiro se tratasse?

sábado, 1 de novembro de 2008

Kantando divagar

Lambendo um certo Senhor...
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“ A Metafísica não pode ser um conhecimento metafísico.”… Isto remanesce-me á Teoria do Caos á 50 anos atrás!
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Nos tempos Críticos, racionalizava-se que a Metafísica não poderia ser conhecimento científico. Tal como se racionalizava que a Teoria do Caos e as suas Fractais não poderiam ser estudadas e cientificamente provadas no seu todo e, obviamente acreditadas. Sendo que se ficou pela Teoria do Caos e não pela Lei do Caos.
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[Sabido é hoje que dois génios, de entre alguns outros, incidiram na descoberta de um teorema que descortina, tendo em conta que nunca deixa de ser a Teoria do Caos, um pequeno fragmento – Fractal, desenvolvido em Equação Matemática, Diferenciais não-Lineares, dessa mesma Teoria, ousando por em prática, inclusivamente o Teorema.
O resultado está á vista. Conquistaram O Nobel da Economia em 97 por isso mesmo!]

Isto para introduzir o pensamento crítico.

Ora se, tal como evoluímos na descoberta do Fractal (embora aplicado á economia mundial, neste caso das Bolsas), baseando-me na exacta e mesma Teoria e futuro Teorema, iremos provar cientificamente que, também a Metafísica pode ser provada cientificamente.

Poderão agora pensar que me equilibro com um só pé, numa base totalmente instável… e pensam “bem”. Ou será que raciocino na única base possível, a única estável na sua completa instabilidade – O meu pensamento?


Seja como for, teorizando os avanços científicos no regredir da nossa existência ou essência, posso igualmente assumir que nós, seremos capazes de provar, a nós próprios primeiro e depois cientificamente, que a Metafísica é a Ciência.

E quando será provado?! Ora essa! Isso seria como provar agorinha mesmo, cientificamente que o espirro do Sr. A, residente na Islândia, foi causa da queda de cabelo do Sr. B., residente na Austrália.

Tudo a seu tempo! O Sr. A terá que espirrar primeiro…

E aqui, surge o meu sorriso. E porque será que o Sr. Espirrou?! Bem… isso seria uma conversa sobre Tempo, sobre o Caos Determinístico subjacente, sobre todos os atratores e fractais do Universo!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lyrics



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Desbravo-me na tradução de um lirismo presenteado


Desfaço-me em palavras que parecem nunca esgotar


Nunca me calarei neste pensamento


Cada vez mais forte


Cada vez mais gritante.








Não publicarei, é meu, de mim, para mim!


Dificilmente iriam perceber.


Sou intragável no que escrevo para mim.


Ninguém me desfia.








Hoje escrevo-me no lirismo presenteado.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pálpebras















Subo


A montanha mais alta


O frio mais gelado


As pedras mais bicudas





Paro


Deixo cair a cabeça para trás


Inspiro o mundo de nadas


Inalo todas as moléculas





Sorriu


Ascendo à crença


Nada mais temo


Nada mais me afecta





Liberto-me





Existo


Molecularmente


Intrinsecamente


Divinamente





Eternizo-me


Nesta implosão


Absorvo


Transformo


Inalo o ar espesso





Expiro


Da minha boca voam borboletas


Esvoaçam ao sabor do vento


Sussurro do meu pensamento


Desmaterializo-me





Eu não existo.











quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Expiro

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What could I Be, if there was no world?
What could I be if there was no being?
I would be just an insignificant half of what I could be.

I am ME in my world of absolute insanity.
I am not what I use to be,
I am what I will be…
Magnificent see.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Freedom in a Box







Há coisas que não se explicam, outras nem com explicação.

Nascem as raízes perfurantes que se entranham na terra, sangram as mães no ferir do golpe da racionalidade. Essa rara e preciosa água que embebeda os sentires e torna tudo mais límpido.

Assume-se à partida que será uma capacidade inata de todo o ser humano... Assumir à partida não será um preconceito?!

Julga-se perspicaz, aquele que ao primeiro gesto, deixa cair o cutelo contundente e rombo nos pescoços divergentes... Como eu adoro os carrascos da sanidade! Vestem o pseudo negro “Dark Side”. Jorram as gargalhadas no explanar do sentir absolutamente oposto à filosofia.
Sorrio tão descaradamente ao preconceito... Fascina-me a capacidade de pré julgar!

Sois pois então joguetes das luvas negras que vos regem no topo egoísta, na verdadeira ascensão da palavra, do poder. Onde se monta a peça que lhe chamam, alguns, a Vida…

Sois mesmo livres como julgais que sois?!

Essa encenação cénica da tragédia final... a Liberdade!


Ao menos que nos capem o cérebro parcialmente, somente para turvar o pensar... somente para permitir que ao menos, não se pense de todo!


Escapa-se por entre os dedos a paciência para suportar a preguiça... esse líquido viscoso, amarelo vómito pesado, que engolem á nascença...

domingo, 26 de outubro de 2008

Floating Spirit Dimension






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No brilho das luzes sinto os olhos,
no som das lâmpadas ouço o murmurar,
nos passos desta noite senti a tua sombra
acompanhou-me nas virgulas,
nos pensamentos que segurei no folego.

Acompanhas-me tão de perto...
sinto o respirar no pescoço
a mão na anca, que se balança caminhando,
rumo ao futuro de braços abertos
deixo o vento entrar pelo casaco fechado
sentido no ar gelado desta noite
adenso o ar á tua passagem.

Não fujo, nem escondo,
torno intimo,
profundamente intimista.

Rendo-me nesta batalha
olvido a existência de vitória,
não sei o que é a derrota.

Já não sou o que era
mudei o que será.
Já não pressinto,
simplesmente deixo ser o que será.

Em nós viverá sempre o tudo e o nada
que nos une em desconexões exóticas,
seremos sempre a Liberdade
de sermos tudo o que sempre fomos.
Um do outro.

Seremos nós.


Pre_sinto no cheiro da chuva…

sábado, 25 de outubro de 2008



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Tudo me parece absurdo quando a humidade me acorda numa osculação premeditada.
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Voam os pensamentos nas moléculas que me juntam o corpo entre ligações tão frágeis quanto eu. Provado está que a união faz a força.
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No entanto assombra-se uma questão que me morde com os seus caninos afiados e me envenena na sua lambidela bifurcada. Porque teremos de ser coerentes indubitavelmente?
A coesão poderá ser molecularmente incoerente nas ambiguidades das revoltas nocturnas. E o orgulho e preconceito inerte faz do pensamento, um lençol passado a ferro exibido no quarto vazio.
Errantes posturas, no meu quarto cheio de coisas, estendem-se nos lençóis remendados e amachucados em rupturas moleculares muito pouco coerentes. Mas assim, também eu sou coerente, ao menos que o seja na minha incoerência… haverá o dia que, no meio da minha coerência incoerente se unirão as moléculas e se transmutarão numa coerência coerente.
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Rasgo as pontes moleculares e espalho o puzzle dos meus pensamentos por entre as rugas dos meus lençóis húmidos da geada nocturna; formo tudo num corpo de fumos baços que engulo.










Definitivamente, não presto!

domingo, 19 de outubro de 2008

Pressinto-te

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Por entre as duas mãos segura a cara fina e delicada queimada pelos anos,
a barba rija e intervalada pica os dedos finos e quentes,
sem anéis ou adornos escorre pelas maças e encontram
as pontas, no fim do rosto, o indicador atrevido
percorre as rugas dos lábios, o buraco do pensamento,
fundido na tez que contorna o húmido ser.

Puxa, sugando egoisticamente o rosto,
no aguardado toque, por entre as mãos,
que substituem os lábios num gesto continuo
que se perde no fumo morno,
do pescoço quente exalado perfume.

Impacto do toque estremece os poros
que alvitram a crença do arrepio,
que se arrebita no curvar das vértebras,
expostas vértebras á contra luz.






(Com o garfo rejeita-se as ervilhas
que inevitavelmente teimam,
rebolam para o centro do prato.
Prefere não as meter na boca e olvida
o saborear de redondos cascados alimentos.)








Irracionalidades emotivas da feição que conhece


A boca... ai essa protuberância formada de lábios
quentes, húmidos e doces
secretamente segura a língua, atrevidamente
indiscreta no calcorrear dos relevos,
arrepiados poros que se pressentem.

Solta-se o bafo de chocolate e inunda o ambiente,
doce mentolado After Eight...
que, pela ponta dos dedos, leva ao paladar
que espalha nos molhados lábios semeando,
o quente fresco doce tactear da língua
pelos dedos apessoados da concretização.


Beija pelo indelével toque
de expressões invisíveis




[Tu sabes... sou transparentemente dual]

Filó Sophia

A Liberdade é por mim vista como sendo o Oxigénio dos corpos.
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Divergente na minha teoria de vida de que todo o ser Humano é Livre e tem consciência e capacidade de discernimento para distinguir até que ponto vai a sua Liberdade, permito que todos os que me rodeiam sejam dotados dessa fantástica capacidade de ser absolutamente Free. Se bem que a Liberdade nunca será total e absoluta já que há uma série de condicionantes socioeconómicas que turvam à partida essa capacidade de ser e, principalmente pensar-se Liberdade.

Dizem que foi no 25 de Abril de 74 que a revolução se deu… não podia estar mais em desacordo. È certo que foi “dada” a Liberdade de Expressão, a pseudo liberdade de expressão, de volta á plebe. Mas, nesta e em qualquer outra sociedade, nunca poderemos ser verdadeiramente livres, na sua total extensão do seu profundo significado, já que em sociedade, e porque há indivíduos interiormente podres, seria sempre uma penosa caminhada para a Forca em Praça Pública, assumir-se de peito aberto, a marca gravada no peito dessa Liberdade Interior.

Liberdade, será portanto para muitos indivíduos, e para mim inclusive, uma miragem no meio deste deserto em que vivemos.

Não me considero, após o supra referido, uma Nómada total. Se bem que o contacto com a Sociedade, sociedade é por mim vista como um conjunto de pessoas que vivem sob determinadas regras, é por mim evitado. Isto não significa que me feche total e absolutamente à vida social. Tenho família, emprego, casa e amigos, e principalmente tenho conhecidos. Desses, tenho aos molhinhos de dez. Mas que me recuso á fusão social, recuso perfeitamente! Não me identifico com os padrões morais existentes e vigorantes destas esculturas de barro.
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Acho até que na escola haveriam de “dar” a ler aos miúdos outro tipo de literatura que não a actual. Não vou sequer arriscar aqui, publicamente, títulos e autores até porque não tenho pretensões de ser “Ministra de Educação” de porra nenhuma. Mas que penso seguir esta minha linha de raciocínio educacional com o My Precious, isso faço mesmo questão de seguir.

Quando no meu tempo, era obrigada a ler os livros da praxe escolar, por norma, nunca lia nenhum! È… nunca fui muito dada a obrigações e deveres deste género. Os deveres que tenho comigo mesma são mais do que suficientes para me castrarem a Liberdade. A minha recalcada Liberdade, porque no fundo, nunca seremos verdadeiramente Livres. Mais que não seja, vivemos presos dentro de nós mesmos.
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Recordo os livros que li efectivamente dentro do conteúdo programático escolar. Só me recordo mesmo da “Divina Comédia” de Dante… Evidentemente que nas aulas de Filosofia nada era obrigação, daí que os livros recomendados, não empinados, foram por mim lidos. Aliás, as aulas de Filosofia eram as únicas aulas em que me deixava perder nos ponteiros dos relógios e quando a parva da campainha de escola tocava, as interessantíssimas conversas ficavam sempre a meio. Vou ousar, inclusivamente, dizer que as aulas de Filosofia eram uma manipulação minha e do Professor dentro daquelas quatro paredes, e os restantes alunos eram meros espectadores. Isso era acontecimento que me irritava. Julgava eu, e secretamente ainda julgo, que quem não discute filosofia, quer seja pessoal ou de outra pessoa, não sabe o que perde. Esta ciência é por mim vista como a Liberdade expressa do pensamento humano, daí que seja apaixonada pela mesma.
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Em suma, sou apaixonada pela Liberdade.

sábado, 18 de outubro de 2008

Momento de iNsAnIdAdE

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Para todas as "estrelas", fica aqui o repto, que é também o nome desta imagem:
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"Fuck you, I am Beautiful!"
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Corre que corre no correr corrido

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Os ponteiros do relógio revoltam-se no incessante movimento frenético que me fornica o juízo de quatro. Fodem-me o tempo sem pedir licença e subtraem-me a capacidade de raciocinar.

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Corro para me despachar, corro para o despachar.

Corro para o deixar na cresce, corro para os transportes.

Enlato-me pelo meio do Metro, corro para chegar a horas ao trabalho.

Engulo uns cigarros pelos intervalos dos transportes.

Como qualquer coisa no escritório pelo meio de uma bica já morna, entre telefonemas, reuniões e concretizações, como mais uns cigarros e espalho as migalhas do meu pequeno-almoço pelos papéis e pelo teclado.

Assopro para que não atrapalhe a escrita de "n" coisas...

Coisas essas que me roubam a capacidade mental particular e me permitem somente maquinar as tarefas laborais.

Apressadamente oriento os afazeres, as obras, o telefone e a internet que ainda não chegou... irrita-me todas estas mudanças feitas em cima do joelho.

Corro para o almoço. Engulo uma sopa e uma gelado que só eu sei... caprichos da minha gulosa boca.

Nestes 45 minutos, aproveito para respirar o ar puro, cheio de poluição, encho de novo os pulmões de ar, e mergulho outra vez.

Corro para mais meio dia de stress.

Engulo mais uns cigarros, sorvo mais uns cafés.

Desaparece mais uma tarde.

Digo até amanhã.

Corro de novo para o enlatado Metro, corro para o outro Metro.

Corro para apanhar o Barco e durante 10 minutos respiro.

Saio inevitavelmente a correr, ultrapasso meia multidão para tentar não perder o tal autocarro esporádico.

Nesta fase, já me doem os pés, pesam-me as pernas e arrasta-se o corpo.

Corro para chegar a casa para conseguir estar mais tempo com ele.

Brinco pelo meio do duche e do jantar.

Arrasto-me para o por a dormir.

E o que tem sucedido é que eu me deixo dormir primeiro que ele!

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Raios parta mais á merda do dinheiro e do Euromilhões que não chega!

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Aos meus leitores e amigos, as minhas desculpas pela falta de tempo, mas isto anda realmente difícil de gerir. Gostaria de os informar que voltarei com capacidade cerebral assim que puder e me deixarem... Não se trata de desrespeito, nem de desprezo, simplesmente a vidinha anda a 300 km/h nas defeituosas auto-estradas do meu cérebro.

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Beijo para todos e um obrigada pela atenção contínua que me prestam.
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Dissolvidos

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Constata-se em todos os gestos a revolta da diferença.

Os passos, os olhos, distinguem-se por entre a enchente de corpos caso não fossem discretamente desvanecidos pelo preferido anonimato.

Vagueiam por entre os espaços comprimidos, os indigentes disfarçados atrás dos óculos de sol que se reconhecem entre eles pela quietude da observação (im)parcial. Veste-se a gabardina invisível e dissolve-se por entre as gotas da chuva poluente, que ao cair do ácido, fumega corrosivo frio no morno da pele.

[A gabardina é inexistente quando efectivamente cai a chuva poluente.]

Chibatam-se os espíritos errantes em estalares dissonantes. Aparente tortura visível na desconstrução das plataformas caminhadas vezes sem conta. Arranca-se o tapete preto alcatrão e caem os corpos, os vivos, por entre as ondas de calor da mente, sempre fervente.

Reconstrói-se tapete a tapete, todos os grãos e camadas deste energúmeno chão.

Todos os dias são “Camelo, Leão e Criança”. Diariamente se relê mentalmente o livro da concórdia. Um dos muito poucos…

Espelho da insanidade baça vaporizada pelos arfares carnais que resvalam na recusa quando tudo se assume voluptuoso à priori.

Anseia-se a luxúria quando esta é a ultima vespa no centro ventral do existir.


“I am Katrina”

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Necessários 3D's


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A fútil elação dos membros atribuídos a um acerebral ser

a ingratidão de mão que estende e guarda no peito

Pressentida a Inveja mordaz do desejo.



Objectiva-se a futilidade do ser à visão do concreto, monumento selecto e (in) discreto desprendido de materializações absolutas, descarta visões futuristas pelos globos oculares que se entranham no cerebelo. Anseia-se o subjectivo na concretização da palavra etérea ardida no roçar da língua contra o palato pela desmaterialização do monumento concreto.


Discretas flores e curvas traçam a moldura em tons de dourado, verde e vermelho num sobejo preenchimento a branco transparente invisível. Só na exposição se adensa na materialização da visão monumental da pintura final.


A pintura é realçada pela moldura que alterna de cor mediante a decoração do meio ambiente ganhando a concretização da multiplicidade de olhares conseguidos num desvanecido plebeísmo ubíquo multiplicado por óculos 3D; à falta de visão recorre-se ao subjectivismo. Ou será característica intrínseca à Arte?


A arte é como a culinária. Acerto nos ingredientes e nas pupilas gustativas de quem degusta.



È tudo tão subjectivo que dispensa qualificações, igualmente subjectivas. Pois estas serão sempre, ou quase sempre, egocêntricos prismas.
Certamente portanto poder-se-á considerar...
Quem me poderá dizer o que é ARTE?
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Nota: E Porque o dia só tem 24 horas, existirá um delay entre os comentários e a sua respectiva publicação, bem como os meus agradecimentos e opinanços sobre os mesmos. Daí que as conversas terão de ser adiadas mais para o final do dia...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Barcos


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Hoje sinto-te a rumar além da linha do Horizonte do desespero, e antevejo a tua dor. È mais difícil rumar no mar do silêncio do que no mar das lágrimas. Vejo-te partir na bruma das palavras e despretensiosamente te aviso que o abismo para que rumas é o maior inferno na terra. O silêncio por opção, porque não há palavras, nem expressões que o definam. È a negação da vida exterior perante a estéril água que nos inunda. Relembro-te que o abismo fede na sua profunda podridão das carcaças lá deixadas, que o húmido que sentes e se escorre pelas pantanosas paredes é as tuas ressequidas lágrimas que congelaram formando estalactites cristalinas onde se reflecte a não luz. È o vazio, o vácuo, o nada. È o tecto que se encolhe e mingua o oxigénio entre o desfazer das moléculas do espaço entre ti e o chão. Chão esse, que ainda não alcanças porque a queda no abismo é interminável e não haverá lágrimas imensas que te façam submergir o corpo á superfície, remetendo-te assim ao profundo, imenso e negro silêncio da clausura interna. Não desistas… o inferno é um adjectivo amoroso face á realidade do silêncio.



Queria-te ver a remar contra essa maré avassaladora que te chupa para o vortex do teu deprimente ser. È um estado de alma combatido a ferro e fogo diariamente com sangue, suor e lágrimas.





Não vás…



Se decidires ir mesmo assim, no intuito de sufocar a dor, relembra que poderás sempre encontrar um remo a mais… quem sabe, nessa tua abrupta partida, não encontrarás ramos que arrombem o casco e te façam parar na tua brutalmente descida vertical.


Se decidires ir mesmo assim… deixo-te aqui a minha pequena mão no intuito de te transpirar o calor do esforço que é remar.



Não vás…


È tudo tão mais insuportável...








[Nota: Este posto foi construído em reacção a um outro post de um outro mudo, que lhe agradeço a bondade da partilha do ser.]


domingo, 12 de outubro de 2008

Escriba


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Suponho que o acto de escrever seja um acto sexual.

Tal como o desejo voluptuoso, o anseio da escrita é vincado pela potência da descarga almejada, que por um motivo qualquer, não se consegue, ou não se quer, ejacular para outras plataformas.

Será preciso um turbilhão de pensamentos e sentimentos para que se erga o sexo e/ou se deitem os dedos sobre o papel virtual que por entre os espaços das letras se acaricia o toque intenso da intima indução do ser.

Nos desenhos que aqui construo entrego-me de corpo e alma ao delicadamente violento escrever de mim. Tal como no sexo, escrevo o que sou e sou o que escrevo, de peito aberto expondo a minha vulnerabilidade aos olhos de quem me sente, estabelecendo á priori o bem-querer e a boa fé.

Somente assim, me dou e me escrevo, crendo que quem me lê e me recebe, me aceita assim, nua.
O que mais poderia eu esperar se não a mesma entrega?!
Não, não sou ingénua nesta consideração.



Não sei não ser o que escrevo e o que escrevo desconhece o não reflectir do eu.




[Não sei se repararam, mas coloquei à entrada um cabide para que se possam despir]

Espanto dos campos

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Exalo o ar

evaporo o peso

exorcizo os poros
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fundo-me no ortopédico

carrego no ar

o meu chapéu de mil palhas
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escalpo cada uma

engulo-lhes a terra

disseco numa diarreia mental

segada palha do meu chapéu
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Sou o espantalho dos campos

obstinação calcária

prostrar penetrante taciturno
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desenredo agonizante

enjoo da cadência

inevitável explanação
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as asas no relevo da palha

os espantalhos não voam

permanecem ostracismos

vesiculares juncos do meu chapéu.
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sábado, 11 de outubro de 2008

Matemática (ir)racional

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Ridícula indigência que almeja a volúpia do colo em verticalidades fechadas dimensionalmente.
Consciencialização da miséria que corrompe o pensamento arrastado pelo cansaço diário que se adi à índole pesada ingénita da fervente existência.
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Encerramento do subjectivo latente e errante pelejando pelos velozes caminhos do raciocínio analogamente falsos face à realidade... Aporta a nómada congruência coexistente no inóspito latejar da salubridade inexistente na quimera do almejo néscio.
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Apavora-me a imutabilidade incompatível dos raciocínios lógicos que estranho o desígnio do aprazimento. Desespero efectivamente pela igualdade na expressão filosófica de um entendimento dissonante dos ecos, que constato, serem no vácuo. A imutabilidade do vácuo inconformado.
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Não me outorgo a esta equação do desvanecido sinal.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Negativo

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Espreita o sol por entre as fendas

acariciando-lhe os olhos,

beija um bom dia num raio

que se enrola na sua luz.

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Hoje é dia de revolta profunda,

guerra aberta e declarada

às inanidades

preconceitos

e incapacidades.

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Francamente inspirada

olha para o guarda fato...

Do armário tira as botas do bondage

do roupeiro a mini saia

o camiseiro e o casaco

da gaveta as meias e as ligas...

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Pelo intervalo do respirar

ficou largada a roupa.

Cobre-se os poros no húmido quente

desfiam-se os cabelos

fuma-se o cigarro que morre nos lábios.

Respira-se o oxigénio

permite-se o kinky.

Desenha-se um sorriso...

Hoje é dia de provocação...

Show auto-erótico egocêntrico.

Inala-se a sexualidade

raramente declarada,

assumidamente disfarçada,

demasiado selvagem e fatal.

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[Details... are everything...]

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As botas apertadas revelando

zippers confinados ás curvas,

Meias esticadas e presas no bordado

delicadamente preso ás coxas,

revela o seguimento da linha preta

que escala pernas e contornos.

Saia espevitadamente rachada e cintada,

beijando ao de leve os joelhos.

Camiseiro preto atrevido,

justo, discretamente insinuante.

Casaco preto, recto e retrô

inevitavelmente entreaberto.

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Exala-se o perfume da feminilidade.

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Ela hoje simplesmente está radiante.

Porquê?

Porque negativou ao exame - o assombroso cancro da mama.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Som inanimado

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Fascino-me pelas entrenhas fudibundas

mergulho-me na envolvência do ser

enrolam-me nas convulsões corcundas.













Manifesto enlevo mórbido

Latente reflexo existencial

Puxo o lustro ao detalhe sórdido

de contruções, quiçá, subjectivas.













Tento impugnar a doutrina

afundo as mãos no mundo

seguro-lhes o arraigado

aperto as mãos e fechos os dedos

rubras cinzas...

dispersam-se no meu hálito.

Nada tenho mais a retirar

Tudo se refuta e liquefaz

Nada se cumpre, tudo se promete

Restam as mãos ensanguentadas

pós de inanidades de tudos e nadas.










Nem eco faz...
















[relembra-me as gaffes cinematográficas
Space Shuttle que dispara raios laser XPTO's
rugem pela vacuidade do espaço.]















È como os outros.

Aparentes ecos na ingnorância.














Warp 10



Away to the Black Hole





Roger!

Over and Out...











quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Letter to a Stranger - II


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Dear Stranger,



Arrasto-me até aqui

rugindo a minha armadura

ruínas de uma batalha.

Largo por aqui e por ali

bocados de metal rombo.

Alivio-me num sentar

na pedra da dor.



Pressinto-te, ainda na pior das guerras,

a tua, a interna, a eterna

Desnudo-me das armas

e aguardo

serenamente pelos seixos

disponho-me a arrebatar o terror

a amparar-te o suor

a limpar-te o sangue

barrar-te a dor.



Sou uma mulher de guerras e de curas

sou o doce e o azedo

o sangue e a água que lava o sangue.












My Best Regards,