quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Água salgada

Espelho
Olhos nos olhos
mergulho no negro
Penetro na imagem reflectida da pupila
Observo...

Desbravo todas as minhas gavetas
voam os pensamentos no furacão
desorganizo-me constantemente

Olho mais fundo
encho o peito de ar e
arranco aquela gaveta...
espalho as fotos mentais
todas as palavras por escrever
Enfrento-me de frente, de vermelho.

Tudo pára por uns breves segundos,
O vento cala-se e a água sossega...
Congelo tudo á minha volta...
Afundo-me no meu olhar.


[Mais um poço de ódio…]

2 comentários:

Pearl disse...

Senti a profundidade do teu poço...acredita!

Por vezes quase que me afogo nesses mesmos poços...mas de alguma forma venho sempre à tona!

Beijo de saudade mesmo...temos que combinar a bica...sem dúvida!

Outro beijo

Gothicum disse...

"Nada na vida está realmente em nossas mãos... mas tudo está diante das nossas possibilidades."
Walter Grando

Lindíssimo poema.