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Olho-te e pergunto-te de que valerá tantos empreendimentos, mundos e fundos, se nada disso valerá pois a minha vontade, ou a ilusão desta, parece e sente-se incorruptível…pois o que sinto é inabalavelmente existente.
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Deito-me à beirinha do teu riacho e molho os dedos descontraidamente enquanto persigo com o olhar a confluência das correntes. A água revela-se veludo na minha tez desnuda e entro devagar naquela corrente que não me move mas que me transporta suave e delicadamente até à próxima margem.
Despida de realidades concretas visto o teu farto manto de flores e sento-me a ouvir-te cantar.
Relaxo de tal forma que quase me deixo embalar no tempo dos mundos…
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Leva-me, leva-me nesse berço e deixa-me somente ficar a sonhar.
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Olho-te e suspiro profundamente, com a vontade estampada na alma, esta tentação de aqui ficar.