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Tudo me parece absurdo quando a humidade me acorda numa osculação premeditada.
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Voam os pensamentos nas moléculas que me juntam o corpo entre ligações tão frágeis quanto eu. Provado está que a união faz a força.
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No entanto assombra-se uma questão que me morde com os seus caninos afiados e me envenena na sua lambidela bifurcada. Porque teremos de ser coerentes indubitavelmente?
A coesão poderá ser molecularmente incoerente nas ambiguidades das revoltas nocturnas. E o orgulho e preconceito inerte faz do pensamento, um lençol passado a ferro exibido no quarto vazio.
Errantes posturas, no meu quarto cheio de coisas, estendem-se nos lençóis remendados e amachucados em rupturas moleculares muito pouco coerentes. Mas assim, também eu sou coerente, ao menos que o seja na minha incoerência… haverá o dia que, no meio da minha coerência incoerente se unirão as moléculas e se transmutarão numa coerência coerente.
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Rasgo as pontes moleculares e espalho o puzzle dos meus pensamentos por entre as rugas dos meus lençóis húmidos da geada nocturna; formo tudo num corpo de fumos baços que engulo.
Definitivamente, não presto!
3 comentários:
a coerência não se mede... o que para uns é coerente para outros não é!
todos nos deitamos nas rugas dos lençóis pensando se é fortúnio ou infortúnio tudo o que nos é surgido de uma qualquer (in)coerência momentânea...
beijo terno
Caro Baraújo,
Uns mais que outros...
Umas vezes mais eternas que outras...
Beijo,
Prestas prestas...
Gosto imenso de ler-te de tirar os sentidos ao que vais desenhando nos teus textos!!
...lindos!!
Beijo e obrigada!
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