sábado, 25 de outubro de 2008



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Tudo me parece absurdo quando a humidade me acorda numa osculação premeditada.
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Voam os pensamentos nas moléculas que me juntam o corpo entre ligações tão frágeis quanto eu. Provado está que a união faz a força.
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No entanto assombra-se uma questão que me morde com os seus caninos afiados e me envenena na sua lambidela bifurcada. Porque teremos de ser coerentes indubitavelmente?
A coesão poderá ser molecularmente incoerente nas ambiguidades das revoltas nocturnas. E o orgulho e preconceito inerte faz do pensamento, um lençol passado a ferro exibido no quarto vazio.
Errantes posturas, no meu quarto cheio de coisas, estendem-se nos lençóis remendados e amachucados em rupturas moleculares muito pouco coerentes. Mas assim, também eu sou coerente, ao menos que o seja na minha incoerência… haverá o dia que, no meio da minha coerência incoerente se unirão as moléculas e se transmutarão numa coerência coerente.
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Rasgo as pontes moleculares e espalho o puzzle dos meus pensamentos por entre as rugas dos meus lençóis húmidos da geada nocturna; formo tudo num corpo de fumos baços que engulo.










Definitivamente, não presto!

3 comentários:

Unknown disse...

a coerência não se mede... o que para uns é coerente para outros não é!

todos nos deitamos nas rugas dos lençóis pensando se é fortúnio ou infortúnio tudo o que nos é surgido de uma qualquer (in)coerência momentânea...

beijo terno

Freyja disse...

Caro Baraújo,



Uns mais que outros...

Umas vezes mais eternas que outras...



Beijo,

Pearl disse...

Prestas prestas...

Gosto imenso de ler-te de tirar os sentidos ao que vais desenhando nos teus textos!!

...lindos!!

Beijo e obrigada!