segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Bica no Zoo


















Deparei-me com a minha visão do mundo no dia em que sai de mim e me revi pelos olhos dos outros... Uma estranha pessoa com o cabelo arrepanhado em forma de repuxo no cocuruto de mim.

Abrem-se os olhos numa arrebatadora visão
Bate no cérebro a imagem…
entre mim, o tecto e o colchão.

Certos dia haverá que tudo isto,
o nada, me faz confusão.
Outros que lhes acho a verdadeira gratidão.
Celibato rubro tingido na minha negridão.

Domesticando-a no meu colo a adormeço
enquanto lhe cheiro o arfar
que se ecoa na minha mão.


Faço de facto alguma questão
de ser só eu e a minha prostração.

Maior loucura é tê-la na mão,
preservá-la na intenção
de não permitir que ela se escape
pelo meio dos dedos,
no célere calor da evasão.
Será que me é permitido viver, eu e a minha cenobitação?
Sim, eu disse viver…
Não, nem sequer faço questão da legibilidade.

Permaneço neste vai e vem
que puxa e empurra a solidão.
Até ao dia nunca consegui
não possui-la dentro do coração.

Sou um animal solitário.
Uma deambulante,
muitas das vezes por opção,
pois a solidão nem sempre esteve só…
Houve aqueles mais corajosos
que tentaram arranca-la da mão.
Escusado será dizer que o meu olhar
lhes negou a compreensão.
Petrificam-se perante tamanha recusa da normalidade.
Recuso-me a abrir a minha mão
Não autorizo tamanha intromissão
…porque aí, já nem a frustração.

Eu não sei viver sem o meu cão.

E aqui se esboça um sorriso teimoso.

porque eu afinal, adoro gatos.

Isso fará de mim um... gacão?!




Não largo o meu cão
Nem olvido o meu gato.

E no fim de contas sobro eu e o meu gacão que é muito mais que esta simplória defenição de mistura genética traçada de alienação...





Coexistencia pacífica neste Zoo que aprecio ao beber a minha Bica.


"Curta, sff!"















[Sinto-me fornicada por este HTML... Rnhauf?! ]

3 comentários:

Pearl disse...

"Permaneço neste vai e vem
que puxa e empurra a solidão.
Até ao dia nunca consegui
não possui-la dentro do coração."


Acho que a carrego como carrego uma qualquer outra parte de mim ou será ela que me carrega a mim!?

Beijo Freyjá!

Freyja disse...

Cara Pearl,



È um puxa que empurra.
È um nim.
È um quiçá um dia...
Talvez sejas tu que carregas a solidão que por sua vez te carrega a ti...
Circulos continuos que acabaram quando ... se der a volta.

Beijo carregado/encarregado,

Anónimo disse...

adora gatos? miaaauuu...