domingo, 21 de setembro de 2008

Ressacas secas

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Ajeito o cabelo que me risca a visão
quero ver tudo.
Balanço entre o asfalto e o céu
passeios meus.
Sinto a calçada no meu coração
desajeito teu.




"Uma bica curta sff!"
Monólogos monocórdicos.
Indignada pela parca metragem,
fumo um cigarro,
ao frio.

Suplantada na cadeira gelada,
ainda húmida pelo orvalho,
quase sempre habitada
por almas pesadas e arrastadas
por corpos desgastados,
coalhados,
onde só reside o excelso.


Impressões estampadas
em leituras usadas...


"Mais um morto."
Ecoam os sons dentro de café.
Reparo nos inúmeros corpos,
que ainda deambulam,
vazios,
ocos,
e frios.






Um dia disseram-me que o CM era para ser lido na Horizontal, para não sujar a roupa com o sangue que lá escorre. Será exploração do mediatismo ou... será que a indiferença se tornou banal?





Não ignoro,
simplesmente já não tenho espaço.



De perna traçada pondero,
ouço os carros, as pessoas e os pássaros.
Aventuro um Bom Dia
a voz ainda virgem nesta manhã.
Afónico,
quase mudo.




Conjugo as nuvens na liberdade
vejo para lá do Horizonte.
Enrolo o casaco no peito,
espreito-me naquele copo de água,
desvaneço no cigarro que apago.
Cinjo-me.




Flutuações inaudiveis
de visões pouco periféricas
em sabores amargos
de cheiros perfumados
tacteados nas rugas.





Nada se vê,
nada se lê,
nada se escreve.
Nada-se
no
Nada.







Ajeito-me no balanço da calçada.
.
.

4 comentários:

Estranha pessoa esta disse...

(in)conformismos!

Pearl disse...

Bebo sempre um café cheio na tentiva de ajudar-me a acordar da insónia da noite passada que ainda me amolece!
Mas não bebo a àgua (essa bebo em casa) ao jornal nem olho não por ser alianada mas porque não quero começar mal mais um dia que já se adivinha mau por natureza!!

Beijo Freyjá

Misantrofiado disse...

É um tremendo PRAZER ler-TE.









Sabias?

Freyja disse...

È um tremendo PRAZER saber que Tu me lês.










Sabias?