terça-feira, 23 de setembro de 2008

De unhas cravadas no chão

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De todas as coisas que mais me chocam intimamente, a desilusão é uma delas.


Baixar os membros e cair o sustentáculo da vida numa pendência abismal para o vazio, onde só se sente que não se sente numa inércia congelante que perturba até o sossego. Acerebral postura mediante imensidões da vida proporcionadas por pesares e pesaduras actuais que balanceiam o corpo num movimento cingidamente autista que culmina num implodir do ser - a morte da alma.


Estrondo sentido no meu corpo erecto e rijo sentido pela onda de choque que me queima o peito á abertura e que me revolve as entranhas despojando-as em homenagem de quem morreu, ofereço um bocado de mim, ainda em sangue, a palpitar de força e ruborizado. Sei que a minha nunca seca numa eterna batalha inerente, por isso dou a quem de direito a minha garra que rasga a vida e o mato penetrando á força e com ardor no betão da vida - o renascer da alma.


Matematicamente desconstruo todo o esgoto eliminando saídas anais e outras mais porcas que tais. Desfio o novelo de merda enrolando-o nas mãos, desembaraçando qualquer confusão para que no fim, só reste um caminho. O frontal.












[Weber am Webstuhl de

Vincent Willem van Gogh ]



Sou como o tecelão que nunca dorme, construo a minha vida num emaranhado de conflitos.

6 comentários:

Pearl disse...

Ainda não te li venho já já faze-lo agora sou te digo que este cantor é muito especial a voz inconfundivel um dia mostro-te algo que escrevi ao som deste mesmo cantor numa musica que ele tem linda!

beijo

Pearl disse...

Permanecer na luta pela busca interior como já disse algumas vezes é algo que cansa não o corpo mas o próprio espirito em luta,a busca de algo que não se sabe bem o que é, o que exige, o custo, a viagem!(como sabemos não é para todos)

No entanto partilho contigo o frio que o sentimento desilusão provoca em mim por vezes até quando parte de mim mesma, vivemos um tempo em as almas estão doentes umas morrem outras lutam para permanecer vivas/activas(o meu nivel) depois temos ainda aquelas que aparentemente estão acima e abundam de paz e transparência...

Sempre que a desilusão de atingir seja que de modo fôr lembra-te da tua ultima frase, seja como fôr tu permaneces activa e a construir o teu Eu com todo o trabalho que isso te confere!

Beijo

PS: a música que te falei:

Antony and the Johnsons-the Lake

Freyja disse...

Cara Pearl,

De facto... mas sabes... com a minha angustia posso eu bem, por enquanto. Mas a angustia dos outros morde-me mais que a mim mesma e assembla-me um rastilho de impotencia que me corroi...

Tem dias em que a dor daqueles que trago ao peito me pesa mais que a minha...


PS: Post escrito ao Som de: The Lake - Antony and the Johnsons
:P


Beijo com um cobertor pelas costas

Fênix disse...

Ola...


Li
Gostei
Pensei
Senti
Entendi.........

Como tú dizes, és como o tecelão, constrois a tua vida, podes ter esse pequeno gosto, pois certamente nem toda a gente tem capacidade e atitude para isso.


Beijos, Bruno

Pearl disse...

Freyjá permite-me que te diga isto carregar os flagelos alheios significará um sacrifio que não é teu...lembras te que tens Insanity gravado na tua alma e tudo o que o seu conceito te dá!
Não te digo para não seres solidária mas antes de mais sê solidária contigo mesma!é no nosso egoismo que nos "damos" mais!

Beijo


(tudo que te digo a ti digo-me a mim tambem)

Freyja disse...

Cara Pearl,

Não sou um flagelo. Não sou uma mártire de dores alheias.

Mas o que sou se a quem dói é de mim? Sou um espelho dos outros que se reflecte para dentro.

E solidariedade... percebo bem a tua posição e questão. Mas tem dores que carrego ao peito junto com a minha Insanidade que não olvida o meu egoismo construtivo.
Sou Insana, sou solidária, egoista, mas nunca serei Suicida.

Um Beijo