Não sei
Não quero
Não aguento
Sustento...
Sustenho...
Inspiro num expirar de nadas
cheios de todas as ilusões
curvam-se os sentidos de turbilhões
de invisíveis palavrões
[que não sentes?]
Não sei
Não quero
Não aguento
Resvalo...
Desvaneço...
Hospedam os cetins no meu ver
Ludibria o parecer
Desassossegos de mim
que desconcertam um nim
que não sei dizer
explanar ou fazer.
Porque eu no fundo
Não sei
Não quero
Nem Aguento.
Afogam sentires
acorrentam o ar
Sufocam...
Grito a plenos pulmões até que o peito se rasgue e se liberte numa tentativa inútil de perder o sentido de sentidos sentires. Sei que ninguém ouve... corrói. Destrói. Mói. Mata-me. Esgaçada vida para este mundo de negro. Meu escrever é etéreo e frustração minha que desconheço o transparecer, o nada que me consome que não sei traduzir. Sou a frustração de palavras que sufocam na minha boca cerrada, numa entoação da minha língua no meu palato que pressentes e que efectivamente sentes.
Só não me ouves, nem lês, nem vês...
Hoje não se aceitam comentários só sentires nus e crus.
4 comentários:
Até percebo pq apenas pretendes sentires nus e crus...afinal há que pagar na mesma moeda!um texto belissimo!parabens
walter
Não sei se gosto do que escreves. Quer dizer, esteticamente é profundo, é lindo, é muito bem escrito. Mas eu não sou crítico literário, há sentimentos por trás das palavras, há pessoas atrás dos sentimentos. Não te conheço para saber se as emoções são todas tuas, estou apenas a iniciar uma viagem.
Quando digo que não sei se gosto do que escreves é porque, não te conhecendo, conheço o suficiente para saber que mereces ser feliz. Assim recebesses de todos o que me dás a mim.
Gostar de ti é nu? E será cru?
Não sei.
Mas quero.
E aguento. Com todo o prazer do mundo.
Beijinhos
Sentires crús despidos e gelados nem tenho coragem de lhes dar frase...vivem alojados no centro da minha cabeça como uma bomba que vai explodir a qualquer momento...
Sempre belo.
beijo meu
Poder-se-á sentir em excesso?
Poder-se-á desejar realmente uma fenda tamanha que o seu abismo seja temido (até) pela insubmissão da própria percepção?
[O lirismo aqui patente é tenebroso e mesmo assim, dá vontade de tocar]
Cara maior das nove, não te comentei, como pudeste reparar. Apenas procurei questões às respostas que, no acto da leitura encontrei.
Aceita também este sentir cru: foste tão ou mais simbólica quanto por exemplo, o Jean-Arthur Rimbaud.
(e uma vez mais, em nada lamento ser tão descarado)
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