segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Caído

.



Escarlate deslizando na combinação do rosa
delicadamente caído pelo corredor
abandonado na forma deleitada na madeira do chão

O desconsolo do toque frio do cetim
que se habitua e transfere o ardor
é despejado pela cor de um sonhado fim.


Faz avançar a sombra
que deforma à contra luz
num desprezar do contorno
bebendo um doce morno
deleito de uma suspensa cruz.
Na existência de um fervente pensamento
que se escorre pelas gotas num crescente tormento
lavando a branco o cinza que não lhe faz jus.






Faz avançar a sombra
que se forma à contra luz
de uma inconformada languidez
pintada a
escarlate
e rosa
da tez










3 comentários:

Misantrofiado disse...

Cá está… um abusivo absurdo sob a forma de rimas.
Impressionante forma de me atingires!

Curiosamente, a imagem reflecte a intimidade do silêncio por ti descrito.
Silêncio sim... o mutismo de algo praticado na “existência de um fervente pensamento”.
A inconformada languidez revela-se na despreocupação de pouco ter sido encoberta mas, divinamente pintada.
Escarlate é o sangue, também evidente nas veias da concepção lírica com que sopras o hálito morno do anseio.

Freyja disse...

Dearest Corvo,


E eu não me (des)culpo nem sequer no respirar.


Kiss

Misantrofiado disse...

Ainda bem.









...porque o absurdo é delicioso.

;)