quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Processos

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Bem, hoje escrevo-me de veia a palpitar.

Ou seja, hoje escrevo-me de como eu escrevo.

Assim do nada, normalmente, nas minhas leituras habituais, vem-me á cabeça um pensamento, seja ele qual for, que me dá mais trabalho que os outros. Egoisticamente, sobre mim! Abro uma pasta e selecciono a musica a ouvir. È como se fosse Hipnose, mas em vez de contar do avesso, selecciono a musica.
Pronto o processo, amaino tudo á minha volta e fixo o olhar num ponto qualquer imóvel. Sim porque tudo, ou quase tudo o que mexe, me desconcentra.
Focada, assim, tal e qual como na hipnose diária que todos nós temos – o olhar para o infinito, poiso as mãos no teclado e vem-me tudo á cabeça. Aí, nem vejo o que escrevo, apenas teclo, e tento trespassar o que em mim se inunda. E ali fico, a escrever escrever escrever, sempre de olhar fixo num ponto qualquer.
Quando dou com o processo por finado, e só ás vezes, olho para o ecrã do computador a ver se há muitos erros ortográficos. Que normalmente falha-se-me as teclas e eu de facto não sei escrever! È o que dá escrever sem ver, sem olhar, simplesmente despejar para aqui o que me vai na alma. E o que me vai.... Só meramente exponho 1/4... porque de todo, não sei, nem tenho a pretensão de saber, escrever. Contento-me como meu ignóbil despejar de sentimentos, alguns em bruto, outros mais trabalhados. Mas se falassem comigo, entenderiam que eu muitas das vezes divago para além do raciocínio! Nem sempre perceptível, eu sei. Pois... de facto acho que eu nem sequer sou perceptível.... Enfim... é assim que escrevo, de olhos num sítio qualquer de desinteressante e estático, e despejo tudo (quase tudo) do que me vai na alma.
E ás tantas lembro-me, porque o telefone insiste em tocar, que há vida depois da escrita, e lá vou eu toda danada atender o telefone, ou abrir a porta ou... seja lá o que for! Sim porque isto é como estar a dormir, se me acordam a meio da noite, a não ser o meu pinguim, que tem perdão natural, fico assim um bocadinho azeda! E nem sempre é aconselhável ser azeda...
Escrever é como ir ao Tibete meditar, é expor-me a mim mesma, e para quem quiser ver, o que vai em mim, o que penso e o que dito ou não dito sobre o que quer que seja.
Confesso que há coisas que levam lápis azul (censura) mas isso são cá as minhas intimidades. Que já que se fala nisso, gostaria de deixar aqui um pontozinho sublinhado. Uma coisa é o assunto ser Tabu, não se fala, ponto final. Outra coisa é ser assunto de intimidade íntima! Que se fala só com os íntimos e partilha-se a quem quiser, e não aqui ao Deus D'Ará!
Por isso, tem dias que escrevo e exponho, e tem outros dias, mais intimistas e mais intimadores, que escrevo só para mim! Egoisticamente me debruço sobre mim, curvo as costas e fico assim.




Nestes dias nem me procurem... é melhor não, posso falar de mais!

1 comentário:

Pearl disse...

Realmente a música ajuda-nos imenso em achar as palavras atravessadas que teimam em permanecer por escrever...dize-las pode não ser boa ideia porque serão sempre incompreendidas!!
Escritas apesar de eternizadas não têem som, não ferem...e a falta de coragem para lê-las pode ser descupabilizada por falta de tempo!
Tudo serve para permanecer na dormência.

beijo para ti