quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Inquietudes

Transfiguro-me,

Transporto-me para lá do mundo

Entro nas entranhas da insanidade.

Numa tentativa fugaz de me agarrar no mundo, inspiro e dilato as narinas para fixar a humanidade que há em mim. Ficam os olhos brancos que ninguém lhes vê a transparência do ser, ficam os cabelos ao vento que ninguém lhes cheira o tacto. Revelo-me assim, perante mim, calada, inquieta no movimento dos fantasmas, que ninguém vê.

Cravo as unhas nas palmas das mãos e sangro um manjar que ninguém lê.

Abandono o corpo e derreto-me em chamas que ninguém queima

Transpiro gritos que ninguém toca, ninguém vê.

A Violência do ser transmutado na tranquilidade da revolta do vivos.

O silêncio sussurrado no espaço do vazio

A onda de choque que absorve a imensidão do mar.

Espalha-te em mim que nem cinzas do queimar do fogo


Vem a mim,
inquietude do ser.

Sem comentários: