Transfiguro-me,
Transporto-me para lá do mundo
Entro nas entranhas da insanidade.
Numa tentativa fugaz de me agarrar no mundo, inspiro e dilato as narinas para fixar a humanidade que há em mim. Ficam os olhos brancos que ninguém lhes vê a transparência do ser, ficam os cabelos ao vento que ninguém lhes cheira o tacto. Revelo-me assim, perante mim, calada, inquieta no movimento dos fantasmas, que ninguém vê.
Cravo as unhas nas palmas das mãos e sangro um manjar que ninguém lê.
Abandono o corpo e derreto-me em chamas que ninguém queima
Transpiro gritos que ninguém toca, ninguém vê.
A Violência do ser transmutado na tranquilidade da revolta do vivos.
O silêncio sussurrado no espaço do vazio
A onda de choque que absorve a imensidão do mar.
Espalha-te em mim que nem cinzas do queimar do fogo
Vem a mim,
inquietude do ser.
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