A realidade bateu-me á porta.
Advertida anunciação ao raiar do fulgor
olvidada pela esplendorosa nascente,
felizmente esquecida,
ostracizada pela ascensão prometida.
À priori.
Hoje, eu sou a desiludida
a caída na pendência,
acordada dormência,
de mais um "menos um"...
Hoje o sol não invade
Hoje o ar não passa
Hoje a água não corre
Hoje o fogo não queima
Hoje a terra não canta
Hoje os pássaros não voam
Hoje o cão não ladra e o gato não assanha
Hoje, nem o café aquece... nem a chaleira grita...
Hoje...
calou-se o murmúrio,
instalou-se o vazio,
não sorrio,
não penso,
só sinto,
não escrevo,
só choro.
Não me encontro,
perco-me em memórias de ti.
Hoje até o relógio parou.
Amanhã será outro dia,
outro amanhã,
igual a hoje,
mas amanhã...
que nunca mais chega....
A cabeça na almofada inquieta
espelha-me o teu profundo silêncio
O zunir do nada.
O corpo inerte convulsa em revoltas
que se somam com as horas,
as que conto no mostrador.
Os pés que se roçam no pano
na tentativa de te suster.
As mãos que barram o correr da minha saudade.
Conta-me mais uma história
por favor...
"Uncle John... i do fuking miss you a lot...".
.
.
2 comentários:
Deixo-te mais que um beijo, deixo-te um abraço tambem...
Pearl
O que não se esquece faz-se acontecer.
Lembrar é fazer renascer.
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