sábado, 27 de setembro de 2008

The Dancing

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Recordo os tempos exauridos viajados entre alternâncias de horas extensas sentada numa sala de aula, onde tudo ouvia menos o que se dizia, e as não menos extensas aulas de ginástica, dança, ballet… onde se fazia de tudo e onde se puxava ao limite do ser, quer no esgotar das forças, quer da expressão da arte dos movimentos delicadamente potentes.







Foi assim que aprendi a expressar numa linguagem corporal que só eu entendo. Mesmo quando vendo representações, que a olho nu, se surgem dissonantes e contrastantes com o som de background ou vice-versa, estremeço e emociono-me com tamanha deidade revelada. E especialmente nesses, aplaudo de pé.







Cada movimento desenhado no espaço que se traça a fogo na continuação da expressão é por mim sentido com a potência do som que me embate no corpo. Ainda me marcam hoje os jeitos de umas pontas nos pés... Tenho calcificado em mim os movimentos esticados e suavemente coordenados da bailarina, ginasta que em tempos fui. Guardo no peito a saudade daqueles tempos tão magnânimes…







Hoje em dia, por falta de tempo, esconjuro-me num Night Club qualquer quando o simples dançar em casa não me acalma a alma devido á ausência do embate do grave ou do tempo…
Qualquer coisa me faz dançar desde que me envolva intrinsecamente e me transmita, pelo penetrar do ouvido e vibrar do meu corpo uma qualquer sensação de movimento.







Perco-me em expressões de mim, nas noites que me exorcizo numa entrega inexplicável ao som, que raramente dedico e outras difíceis vezes permito olhares terceiros. Transmuto-me naquele ar espesso que arranha a garganta, difundo-me em movimentos que desconheço a estética e que implicitamente reside em mim.


















Exonero-me e encanto-me num voar transcendente.

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