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No meu céu que não se junta com o teu, naquela linha do horizonte onde não te chego, não te toco e só te sinto, às vezes…apalpo o betão que me fere a vista e arranho as janelas para o mundo, para o meu mundo…provo a cor dos tijolos e mastigo a plasticina dos nossos corpos às cores que não me sai da boca o sabor. Ouço a madeira que estala na voz do meu silêncio e ensurdeço no grito histérico da afónica loucura amarrada no colete de forças, branco sujo de conspurcado do negro do mundo que me entra pelos olhos e me viola a mente, a alma e o meu pequeno e vermelho coração.
Posso?
Posso virar ao contrário a clepsidra e assim ficar, sempre? A brincar com o tempo que quase me escorre nas mãos cansadas de tanto tentar virar e dobrar o tempo…
O tempo… porque passa e porque não passa, mas que o espelho teima e faz questão de mostrar que, quer passe ou não passe, continuo aqui, a ver o tempo passar por mim.
A clepsidra que resvala e me marca que nem um tronco velho e aberto de seco que nem a água do tempo emudece.
Posso?
Posso virar ao contrário a clepsidra e assim ficar, sempre? A brincar com o tempo que quase me escorre nas mãos cansadas de tanto tentar virar e dobrar o tempo…
O tempo… porque passa e porque não passa, mas que o espelho teima e faz questão de mostrar que, quer passe ou não passe, continuo aqui, a ver o tempo passar por mim.
A clepsidra que resvala e me marca que nem um tronco velho e aberto de seco que nem a água do tempo emudece.
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Tenho um coração de ervilha...
4 comentários:
"O tempo pode apagar lembranças de um rosto, um corpo, mas jamais apagará lembranças de Pessoas que souberam fazer de pequenos instantes, grandes momentos."
Olá viva boa noite…Dizes coração de ervilha? Sabes muito bem que não é necessário grandes vasilhas para guardar o melhor e o pior de nós… Há um provérbio que até diz o ouro e o veneno guarda-se nos frascos mais pequenos…Esse teu coraçãozinho terá, de certeza, o mau para oferecer mas o bom é, certamente, maior. Quanto ao céu, há uns quantos para todos os gostos, espero que aprecies o teu…é só teu.
Ps. Adorei o vídeo…Até nas escolhas musicais, sendo a minha “onda” mais virada para o ethereal e goth, tens classe…muita. Abraços
Caro Gothicum,
Adoro esse provérbio, o do frasquinho! Acho que é de uma assombração ao real incrivel...
É coração de ervilha porque ando preocupada com uma série de coisas que fazem o meu coração ficar apertadinho cá dentro. Mas com calma e com o frasquinho aberto, cá vou orientado as doses a tomar ;)
E obrigada pelo elogio! :)
Eu adoro esta música, foi um amigo que me mostrou!
Um beijo,
Numa altura em que me sinto despojada, gostei de ler-te, gostei de ouvir-te...lindo o som!!
beijo com abraço!
Querida Pearl,
Ainda bem que gostaste de passar por aqui. Principalmente o som, é de uma tradução interior avassaladora... é quase a minha cara.
Beijo grande e um abraço apetadinho
;)
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