
Ao ler o jornal do dia de hoje, assombrou-se-me uma dúvida, quiçá, pertinente.
“Em que ano estamos, mesmo?”
Perguntarão vocês se bati com a cabeça durante a noite, ou se adormeci no caminho e acordei desnorteada… pois eu informo que nada disso se sucedeu. Simplesmente me pareceu estarmos regressados à época do Feudalismo e do sistema económico precário (ou nem tanto…) vigente na altura.
Numa era em que a moeda vale muito menos que o seu valor financeiro, teoricamente atribuído pelos pseudo senhores das marionetas, insurgiu-me a ideia de que está de novo na moda pagar “lebre por gato”, ou seja, em géneros.
Eu explico. Vamos às compras, seja lá o valor que for, e constatamos que numa das nossas duas carteiras, não temos moedas suficientes para pagar o que pretendemos adquirir; e como somos muito pouco materialistas e ainda menos orgulhosos, decidimos sensatamente pagar com o corpo, mas denote-se que é com o corpo dos outros, e não com o nosso, obviamente (ouvi dizer que a prostituição era ilegal…). Isto porque a nossa outra carteira está… digamos que, ora suja, ora muitíssimo bem arrumada.
Vendemos o corpo dos outros! Permitimos a abertura anal e enfiamos-lhe uma conjectura económica e financeira, a seco. Como? É muito simples! Vendemos as acções (a carteira, a alma e o corpo) da empresa, que é constituída por um certo número de pessoas que efectivamente trabalham, e desculpamo-nos com o pequeno e insignificante detail social e económico que é a desvalorização da moeda e as suas consequências.
Ou seja, pomos o corpo dos outros no “prego”.
- Vamos às compras?
- Vamos! Mas… e dinheiro?
- Não te preocupes amiguinho, eu vendo o teu corpo caso não me dê muito jeito pagar a pronto.
- Ah! Sendo assim parece-me bem. Mas esclarece-me uma dúvida se faz favor… Estamos em que ano, mesmo?
.
.
6 comentários:
"Talvez, para purificar a política, bastasse admitir à Câmara apenas gagos."
(Louis Latzarus)
...o corpo é vendido diariamente...hoje por X, amanhã por Y...e lá se vai vendendo e vivendo pois a água lava tudo (menos as más línguas). A alma só se vende uma vez....e pouco dinheiro dão por ela...por isso é que há políticos e, estes, fazem o que fazem e continuam a vender o corpo dos outros...já venderam a sua alma...e a do seu povo (o corpo é uma fonte inesgotável de dinheiro). Abraços (agora digo eu...humanos bebam chá...)
Caro Gothicum,
Acho mesmo que não há chá que cure certos males, muito menos remédio que cure ganância, egoísmos e mesquinhes...
Talvez um "606 Forte"... hihihihihihi
Seja como for, somos vendidos como as Putas do Cais do Sodré, e ainda dizemos obrigada!
Um beijo,
Tinha de responder a este teu comentário... Como sou de origem transmontana e, esse termo, é muito usado por mim...Quando mando alguém beber 605 forte (remédio contra o escaravelho e outros seres rastejantes) é porque gosto mesmo dessa pessoa heeheh! Abraços
Nota: mas acho que nem mesmo esse veneno atingiria certas pessoas na sociedade...conseguem ser mais venenosas! O 605 forte seria um doce...
heheheheh
Estava a escrever 606 Forte e a pensar... isto não me está a soar muito bem... acho que não era bem "606"!
Eu não sou desses lados, mas também uso bastante essa expressão! :)
E se 605 Forte não for suficiente, recordo-me vagamente de um outro veneno qualquer, também muito forte para aniquilar bichos e rastejantes e coisas do género...
Suponho que ácido sulfurico serviria perfeitamente bem numa chávena, com uma colher e um torrão de açucar...
Que "Machiavellica" que estou... hihihi
Beijo,
Sabes em que ano estamos...
A avaliação que aqui fazes é tão assertiva que me deixa incredula.
Há-de chegar o dia em que o corpo faltará e só nos restará a alma!
beijinho e abraço!
Cara Pearl,
Todos os dias leio o "Diário Económico" e nesses mesmos dias me agonia o que me entra pelos olhos a dentro...
A notícia que promoveu este post foi as trafulhices entre a Caixa Geral de Depósitos e as acções da Cimpor.
O negócio irritou-me de tal maneira, não pelo negócio em si porque não é nada de novo, mas pelo descaramento em como argumentam a "normalidade" da coisa em si, que parei na minha esplanada habitual e só me apeteceu escrever na testa de todas as pessoas que passavam: "Aluga-se"...
Enfim, desatinos meus com o país em que vivemos!
E a venda da alma é o negócio de prostituição de luxo; não se dá no meio da rua, mas sim em grandes hóteis e magestosas mansões...
Ela existe, mas é mais discreta...
Um Beijo meu em Executive mode,
;)
Enviar um comentário