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(O café que já não aquece, o copo meio vazio.)
Choro as cinzas de uma chama que não ardeu,
que andam nos pés no passo que não é o meu,
e as palavras que ninguém prometeu
nas formas do corpo que já não é seu.
Amo.
Amo alguém
no entanto não há quem…
quem conheça a alma…
além…
(Choram-me os olhos, molham-me os lábios.)
Amo.
Amo alguém.
alguém que não nasceu,
não voou,
não passou…
amo o silêncio da inexistência.
(Sabe-me a sal o que me dança na língua)
São,
as palavras que nunca te soprei.
Estas,
as que escorrem no vidro do tempo,
estas,
que sei que não conheço,
o sabor a doce do momento.
Amo.
No café que bebo,
entre as mãos
o quente…
fingido este quente,
de um corpo ausente
de uma alma dormente.
Um bem querer
que não sei saber
na dor da alma de não ter.
(As palavras que me matam e me morrem nos lábios.)
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4 comentários:
Tenho lido várias coisas pela blogocoisa.
Tenho lido várias coisas que escreves, não por curiosidade, mas sim pela entrega com que te dás ao que te 'prende'!
Contudo... acho que nunca tinha lido algo tão sentido.
Estás de parabéns!
Adorei...
Beijos.
Amar o que não se tem, ou que se teve em ausência é amor, uma forma de amor solitária mas existente...poderosa porque em determinadas alturas não se alimenta de nada mas permanece latente...em espera!
Querida tua pele exala formas de amar tão caracteristica da condição de Mulher que és!
deixo-te beijos e abraço apertado!
uau... cheguei ao fim da leitura com aquela sensação que tao depressa nao vou ler algo que seja tao intenso como agora...
obrigado e parabéns
por deixares ler e pelo momento que deixaste!
beijo terno
Olá deusa de Aasgard! Vim te conhecer! e me deleitar de sua poesia terna e avassaladora.
Beijos de um fã,
Daniel
PS.: Logo logo terá mais um novo amigo na rede de blogs ^^
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